Ao tempo que, revelando apreço pelo obscurantismo econômico do governo Bolsonaro, uma assembleia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) se amparava na nota em favor da Democracia divulgada há tempos pelo empresário Josué Gomes para destituí-lo do cargo de presidente da entidade, o presidente Lula prestigiava a posse da nova direção do Banco do Brasil, em solenidade plena de significados.
Pela primeira vez vez na história, o Banco do Brasil será dirigido por uma mulher – a bancária Tarciana Paula Gomes Medeiros, cujo discurso destacou o apoio que o banco dará aos pequenos e médios empresários e à cultura brasileira (que teve Edital de patrocínio lançado na ocasião).
Da sua parte, indicando a mudança radical em relação ao governo Bolsonaro, que chegou a cogitar a privatização da organização, Lula reiterou algumas diretrizes dizendo desejar “um Banco do Brasil muito forte, com muita gente depositando dinheiro” pois (…) “o pobre não é o problema e sim a solução”. Ao repetir que vai “incluir o povo pobre na economia e o Banco do Brasil vai cumprir sua parte neste projeto”, Lula atiçou a sanha das elites entrincheiradas na Faria Lima e na FIESP, cuja reação imediata foi a destituição de Josué Gomes, filho de José de Alencar (ex-vice-presidente de Lula), da presidência da entidade.
Pelo visto, o preconceito das elites contra o Povo continua tão grande como sempre foi – um sentimento que, combinado com a síndrome de Nova York própria dos pobretões ‘de direita’, produz o alimento do golpismo visto nestes dias por aí.
Que Josué Gomes possa recobrar seu cargo na FIESP e redirecionar a ação da entidade para caminhos compatíveis com o Humanismo e que o Banco do Brasil possa ajudar a inserção dos pobres no mundo da produção e no mercado de consumo.