A julgar pelo noticiário, tendo avaliado o tamanho do imbróglio no qual está metido, a turma do Capetão já não vê salvação para Jair Bolsonaro e, como uma espécie de saída honrosa, tenta oferecer a sua inelegibilidade como punição reparadora para os males por ele cometido.
Até onde vai os nossos conhecimentos, não houve (e, segundo espero, não haverá) qualquer acordo neste sentido.
De qualquer forma, os órfãos do Capetão já dividem o espólio e pensam a sucessão. Sem consulta à extrema-direita – que, seguramente, vai procurar um novo Capetão nas suas hostes (talvez um desses generais-de-pijamas aloprados) ou, quem sabe, tentar a improvável ressurreição do imbroxável -, a guisa de plano do cenário ‘sem Bolsonaro’ e decidido a se constituir na opção eleitoral dos conservadores e reacionários, sem considerar o passado rumoroso ou inaptidão para o cargo, o Partido Liberal pretende inflar a imagem da ex-primeira-dama (e quase ex-esposa de Bolsonaro) Michele Bolsonaro para uma uma eventual candidatura presidencial.
Da sua parte, pouco (ou nada) ligando para os planos de sobrevivência do bolsonarismo, a sociedade gostaria de ser ressarcida dos prejuízos sofridos nos últimos anos e, na impossibilidade de anular e reverter tudo aquilo que a faz padecer, [a sociedade] espera, pelo menos, o julgamento e a punição de quem a fez (e faz) sofrer tanto.
No caso de Jair Bolsonaro, não basta impedir que volte a se candidatar. A sociedade o quer preso, atrás das grades por longos anos.