Enquanto destruía o Iraque, mutilando e saqueando tesouros históricos milenares, causando a morte violenta de mais de meio milhão de civis inocentes, o então presidente norte-americano George W. Bush acenava para os chamados ‘governos aliados’ com as oportunidades econômicas representadas pela ‘Reconstrução’.
Ou seja: além do saque das reservas petrolíferas do Iraque, os Estados Unidos fizeram um grande negócio da reconstrução de algo destruído desnecessariamente por eles mesmos.
E, neste embalo, o sofrimento e o luto dos iraquianos se converteu em ouro para os senhores da guerra e lobas que sempre os acompanham.
Pois bem.
Passados poucos anos desde aquela imoralidade, mais uma vez sob o comando dos Estados Unidos, a miséria (artificialmente criada) de um país vai alimentar a sede por dinheiro das hienas e serpentes.
Com efeito, recentemente, em março de 2023, despertando faíscas de cobiça nos abutres e carrapatos, o Banco Mundial divulgou que a ‘reconstrução da Ucrânia’ exigirá a aplicação de cerca de US$ 411 bilhões (algo como R$ 2.16 trilhões).
Alguém duvida por que, além da indústria armamentista, tem tanta gente interessada na guerra no Leste Europeu?
Neste embalo, em encontro iniciado ontem em Londres, uma ‘Conferência Internacional sobre a Recuperação da Ucrânia’ reúne líderes em discussão sobre a partilha dos lucros advindos da guerra.
Os discursos não falam disso, claro, mas, objetivamente, o encontro discute o financiamento e a execução remunerada da tal ‘reconstrução’.
Cumprindo a sua parte na farsa que encobre os negócios ali tratados, por ocasião da abertura da Conferência, o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken falou mal da Rússia, insinuando que, assim como já fez em outros episódios, com o respaldo político dos países reunidos na Conferência, inclusive da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, os Estados Unidos pretendem usar os ativos financeiros russos congelados devido às sanções para pagar parte das contas da ‘reconstrução’.
Enquanto as condições para o saque não se efetivam, os Estados Unidos fazem empréstimos compulsórios à Ucrânia (um dinheiro que, naturalmente, será cobrado no momento oportuno).
Durante a Conferência, depois de lembrar os bilhões já aplicados sob forma de ‘ajuda militar, Antony Blinken anunciou o aporte adicional de US$ 1,3 bilhão, ampliando ainda mais a dívida da Ucrânia com os Estados Unidos.
Vale lembrar que, a cada centavo a mais colocado pelos Estados Unidos na guerra, mais difícil fica qualquer entendimento de paz entre Rússia e Ucrânia.
Finalmente, como observação derradeira, vale atentar que a Rússia não é a Venezuela (que teve as reservas internacionais depositada na City Londrina açambarcadas pelo Reino Unido e, sem forças militares para reagir, ainda não fez nada).
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br
Conheça o Canal Arte Agora
www.youtube.com/c/ArteAgora