Entre os principais pontos do ideário Liberal, estão a função e, nesta esteira, o tamanho do Estado.
Sonhando com uma convivência baseada na livre competição (que entrega os mais fracos à sanha dos mais fortes) e [baseada] na mais completa desregulamentação [que priva os mais fracos de leis que os protejam da ganância dos mais fortes], os liberais defendem aquilo que chamam de ‘Estado mínimo’ – governo fraco, poucos regulamentos e poucos funcionários públicos.
Na cabeça dos Liberais, deve prevalecer a Lei de Murici (‘cada um que cuide de si’), também conhecida como ‘Lei das Selvas’, na qual os leões podem usar toda a sua força contra as frágeis gazelas, sem qualquer regra que as defenda.
E, nesta vibe, com os mais diversos argumentos, governos liberais levam adiante PDV’s, programas de desestatização e tudo o mais capaz de reduzir o tamanho do Estado e favorecer a liberdade do mercado.
Para os liberais, cujos olhos são focados prioritariamente no desmonte do Estado, a promoção do bem-estar é uma questão secundária.
Aliás, o fiasco das empresas privadas nos episódios que redundaram em severos apagões no Amapá e em São Paulo não afetou em nada o modo de pensar dos liberais brasileiros, que continuam considerando a desestatização como uma espécie de panaceia.
E, assim, fingindo não saber daquilo acontecido na Inglaterra – onde a privatização do serviço elevou o preço da água a patamares tão elevados que os britânicos passaram a tomar menos banhos, provocando um aumento expressivo na incidência de dermatites, pressionando, consequentemente, o serviço de saúde – e [fingindo não saber daquilo acontecido] noutros países – onde, depois de um período sob controle da iniciativa privada, serviços de água foram reestatizados -, o governo liberal de São Paulo decidiu privatizar a Sabesp.
Providência, diga-se de passagem, que, se se almejasse aumento do bem estar, seria um Tiro-no-pé.
Acontece que, como o objetivo do governo de Tarcisio de Freitas se limita em cumprir o ideário liberal e, claro, proporcionar riqueza aos seus mentores, a privatização da Sabesp constitui grande troféu a ser buscado e, por isso, de forma obstinada, ]Tarcísio de Freitas] iscou seus cães com a ordem de trazer a prenda a todo custo.
Ontem foi um dia importante para os liberais paulistas e, em sessão tumultuada, a bancada liberal da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou projeto que autoriza a privatização da Sabesp, remetendo-o imediatamente para a sanção do governador.
Tarcísio de feitas não sabe, mas ainda há uma longa jornada até a conquista do seu intento.
Ontem mesmo, a bancada humanista anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para barrar a dilapidação inconstitucional do patrimônio do povo paulista.
O jogo vai ser duro, pois a sede das lobas liberais é insaciável.
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