O tempo vai passando e, como em desafio ao bom senso, vai mostrando comportamentos masoquistas ou maso-oligifrênico ou, ainda, (como diriam os mais politicamente-corretos), exdrúxulos ou, mesmo, surrealistas.
Imagine que, agora, à despeito da insatisfação geral contra as elevadas taxas de juros praticadas pelo sistema bancário brasileiro – seja nos empréstimos pessoais, nos cartões de crédito, nos cheques especiais ou nas operações bancárias em geral -, talvez sem saber exatamente sobre aquilo do que estão falando, muitas pessoas condenam a ira do presidente Lula contra o Banco Central e, encorpando a voz aos banqueiros, saem em defesa do comportamento de Roberto Campos Neto e, indiretamente, [em defesa] da taxa selic de 13,75% a.a (a mais alta do Planeta).
Chega a ser engraçado ver a posição de Lula contra o Banco Central ser condenada por alguém perdurado no cheque especial ou em débito com o cartão de crédito ou impedido de levar adiante empreendimentos por conta das elevadas taxas de juros.
Foi esta espécie de esquizofrenia que, nas eleições de 2018, derrotou Fernando Haddad e colocou Jair Bolsonaro no Palácio de Planalto.
Não tenho esperança de ver estas pessoas alcançarem a cura da miopia política, mas torço, sinceramente, pela vitória de Lula contra as taxas de juros que atrapalham a retomada do crescimento econômico do Brasil.