Grande parte dos trogloditas que encorpam os contingentes ainda existentes de patriotários, bolsonaristas, porra-loucas, idiotas, imbecis, ignóbeis e grosseirões da extrema-direita foi recrutada entre aqueles que odeiam arte, preferido exercitar a musculatura em brigas de rua e a pontaria em caçadas assassinas ou estandes de tiro.
Não foi sem razão a preferência manifestada por Jair Bolsonaro pelos clubes de tiro em detrimento das bibliotecas.
Aliás, o desprezo do governo Bolsonaro pela arte, pela cultura, pela ciência e pela tecnologia contaminou muita gente, sendo responsável pelo crescimento da ignorância e do número de pessoas por ela marcadas.
Mas, agora, os tempos são outros e, pouco a pouco, se verifica uma inversão de prioridades que acende uma luz de esperança para o Pais.
Vale dizer que, no entanto, o Brasil ainda caminha na zona cinzenta da transição, precisando remover entulhos e iluminar muitos palcos negados à arte e à ciência nos últimos anos.
Infelizmente, muitos não conseguiram se recuperar dos sofrimentos que lhe foram impostos nos tempos de escuridão e, mesmo vivendo outra atmosfera, terminam por soçobrar.
É o caso da Livraria Cultura, que, durante o obscurantismo, perdeu clientes para os clubes de tiro e foi levada à falência.
A ironia do destino é que, em contradição ideológica que terminou por roubar-lhe o ganha-pão, embora militasse no ramo da cultura, segundo dizem, os proprietários da livraria eram bolsonaristas convictos, contribuindo para a expansão do mal que terminou por atingi-los. Coitados! A livraria fechou e vão precisar arrumar outra ocupação.
De qualquer forma, o fechamento de uma livraria será algo sempre lamentável e que todos devem se esforçar para nunca ocorrer.
Que muitas livrarias e muitas bibliotecas sejam abertas e as pessoas possam ler cada vez mais.
Aqueles que leem e compreendem as leituras dificilmente são capturados pelas bolhas idiotizantes.