Sem grandes ‘arrodeios’, em poucas palavras pode se definir Capitalismo como a forma de pensar e de agir que atribui a prioridade máxima ao Dinheiro, relegando todas as outra coisas a posições secundárias.
Não ocorre à toa, portanto, a iniquidade social verificada em países capitalistas.
Naturalmente, sempre com um discurso-desculpa pronto na ponta da língua, normalmente baseado em teses do tipo ‘precisamos buscar o equilíbrio’ e outras baboseiras ensinadas pelos mentores liberais, os capitalistas minimizam as mazelas sociais e ousam dizer que sua superação [das mazelas] decorrerá como consequência natural da riqueza produzida pelo livre curso da economia.
Não é preciso dizer que, na história mundial, não se aponta um único caso no qual isto [a superação natural das mazelas sociais] tenha ocorrido naturalmente, sendo normal a instalação de situações de grandes concentrações de rendas e desequilíbrios sociais.
Vale dizer que – de tão desalmados, desumanizados ou apenas preocupados com o dinheiro (o leitor pode escolher a referência que preferir) -, os capitalistas falam naturalmente da sua despreocupação com o sofrimento das pessoas.
Imagine que, no sábado 24 de agosto de 2024, ao falar no simpósio anual no Parque Nacional Grand Teton, a conferência econômica anual do Federal Reserve de Kansas City, em Jackson Hole, no estado do Wyoming, nos Estados Unidos, o ultra-capitalista Roberto Campos Neto, ainda presidente do Banco Central do Brasil, teve o desplante de afirmar que ‘os programas sociais atrapalham a condução da política monetária’. Isso mesmo.
Explicando o porquê de tanto estar atrapalhando o governo Lula (sem uma única palavra sobre os subsídios transferidos ao empresariado ou sobre a condição de miséria vivida pelos beneficiários dos programas sociais), ao falar para os banqueiros norte-americanos, depois de citar o ‘peso crescente da dívida pública diante da expansão dos gastos sociais dos governos’, o capitalista Roberto Campos Neto comentou que ‘no Brasil, enquanto 43 milhões de empresários produzem riquezas, 50 milhões de pessoas ganham dinheiro do governo sem fazer nada’, concluindo ser necessário ‘começar a comunicar melhor a má alocação de recursos nos programas sociais’.
As palavras de Roberto Campos Neto deixam claro que, se depender dele e daqueles que pensam igual a ele, os ricos ficarão cada vez mais ricos e os pobres [ficarão] cada vez mais pobres, abreviando a chegada da barbarie e o caos total.
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