Como acontece periodicamente, a julgar pelo desespero observado no sistema bancário mundial, nos salões do Palais de l’Élysée e na Casa Branca, o capitalismo está prestes a viver mais uma crise de proporções ainda inimagináveis.
Com efeito, a combinação dos primeiros indícios de crise decorrentes da falência do Silicon Valey Bank, com possibilidade de o governo Mácron não conseguir aprovar a reforma da previdência na França e [com] a consolidação da nova aliança da Rússia com a China parece ter acendido o alerta de que o mundo capitalista possa estar na iminência de mergulhar em mais uma grande crise.
Não ocorrem sem razão (a) a movimentação dos governos dos Estados Unidos e da União Europeia para prestar socorro imediato aos bancos eventualmente colhidos pela onda surgida com a debacle do SVB; (b) o golpe aplicado pelo governo Mácron, que decidiu empurrar a nova reforma previdenciária goela abaixo do Povo francês à revelia da Assembleia Nacional, violando um dos princípios básicos da Democracia e (c) a decisão da Casa Branca impulsionar a economia interna dos Estados Unidos a partir do estímulo de uma nova corrida armamentista, não só empanturrando a Ucrânia de armas para dar longa sobrevida à guerra no Leste Europeu, mas, também, fustigando a China através de acordos com Taiwan e com a Austrália.
Embora, a primeira vista, pareçam desconectadas, estas movimentações têm a mesma origem e estão, nitidamente, associadas a impossibilidade de o modelo capitalista manter o funcionamento alcançado desde a última grande crise.
É hora de os capitalistas repensarem o Capitalismo.