Se todos pagassem impostos e, mais ainda, se todos pagassem conforme suas possibilidades (quem tem mais paga mais e, em correspondência, quem tem menos paga menos), o orçamento das pessoas não seria tão pressionado por eles [pelos impostos].
Acontece que, além de o sistema ser pouco progressivo (proporcionalmente, os pobres pagam muito mais do que os ricos), os mais poderosos usam sua capacidade de ‘fazer acontecer’ para obter isenções e subsídios, penalizando ainda mais aqueles que financiam a atividade pública.
De fato, como o governo precisa dos recursos para custear suas atividades e projetos, quando algum contribuinte é dispensado de pagar integral ou parcialmente a sua cota-parte (como acontece com as igrejas ou com os setores econômicos subsidiados), a carga tributária cobrada daqueles que pagam impostos, naturalmente, aumenta.
Assim, quando um bispo Macedo ou um pastor Malafaia da vida é dispensado de pagar impostos, a cota-parte dos contribuintes é aumentada (para compensar o valor dispensado deles).
O mesmo ocorre quando o governo subsidia alguém ou uma atividade econômica: Neste caso, na prática, o valor que pagamos a título de impostos é aumentado para subsidiar os beneficiados. Por incrível que possa parecer, na maioria dos casos, os beneficiados não são pobres ou miseráveis.
Pelo contrário, são ricos e lutam pelos subsídios por pura ganância.
As empresas petroleiras protagonizam um caso típico desta imoralidade.
Imagine que, desde o golpe de 2016 (que [as petroleiras] ajudaram a aplicar), elas [as petroleiras (são 256, incluindo a Shell, ExxonMobil, Chevron Corp, Total Energies., etc)] receberam R$ 226 bilhões em isenções fiscais (uma renúncia fiscal que deveria ser temporária, mas se eternizaram, inicialmente até 2040).
Enquanto isso, quase 300 mil brasileiros, que vivem nas ruas porque não têm casa para morar, pagam as mesmas taxas de imposto quando consomem algum produto.
Esta imoralidade é defendida pelos liberais, que, como ‘modelo de justiça tributária’ sugerem o imposto único – uma invencionice liberal que, do posto de vista fiscal (e só neste quesito}, iguala os pobres aos ricos. Há muito o qual mudar para a construção de um mundo justo.
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