Há exatos três anos (o desastre começou em 03 de novembro de 2020), o Amapá viveu um apagão que escureceu e imobilizou 13 dos 16 municípios do Estado, incluindo a capital Macapá, por quase 15 dias.
Apesar da gravidade da situação, o episódio não provocou grandes reações, preservando os interesses da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA), não chegando sequer a ameaçar a reeleição do senador Davi Alcolumbre.
No dizer de alguns, em função da pequena relevância econômica do Amapá, não havia razões para aquele apagão despertar maiores preocupações e o alerta das vozes que associaram aquela situação medieval à privatização do sistema foram rapidamente sufocadas.
Agora, a situação se repete.
Desta vez, na capital do Estado mais rico do País, humilhando autoridades, prejudicando pessoas e empresas, provocando-lhes enormes prejuízos.
Com efeito, na 6ª feira, dia 03 de novembro de 2023 (significativamente, três anos após o início do apagão do Amapá), o fornecimento de energia elétrica à cidade de São Paulo e outros 23 municípios da sua região metropolitana entrou em colapso, prejudicando quase 4,5 milhões de pessoas.
Ao contrário daquilo que acontecia até certo tempo, quando as ‘faltas de luz’ demoravam minutos ou, quando muito, poucas horas, agora os apagões duram dias.
O blackout de São Paulo parece ter vindo para ficar. Passou-se a 6ª feira, [passou-se] o sábado, [passou-se] o domingo, [passou-se] a 2ª feira, já estamos na metade da 3ª feira … e, embora em menor intensidade, a incompetência da ‘Enel Distribuição São Paulo’ ainda mantém o apagão muitas regiões.
É uma situação ‘surpreendente’, pois, segundo o pensamento dominante por algum tempo, a eficiência é uma das marcas da privatização.
Pelo jeito aquela turma se enganou e, ao contrário daquilo que dizem os conservadores e reacionários, parece ter chegado a hora de se começar a estudar a reestatização de alguns setores, inclusive o [setor] elétrico.
Apesar de tudo, como se não soubesse daquilo que está acontecendo no seu Estado e tivesse olhos apenas para os interesses da patota que financia o seu pessoal, o governador Tarcisio de Freitas ainda fala em privatizar a Sabesp.
Só pode ser piada.
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