Desde sempre a vida vem se constituindo em grande mistério para todos. Repleta de incertezas e possibilidades, ela instiga ilações de todos os matizes, incluindo sobre a própria natureza e razão de ser. Questionamentos sobre o que é e para que serve a vida e, sobretudo, para que e por que viver vêm acompanhado o homem há muito.
Em certos meios, é famosa a disparidade das respostas oferecidas por filósofos europeus consultados sobre o significado da vida. ‘A vida é um período de provação no qual, se quiser alcançar tempos melhores, o homem precisa praticar o bem’, disseram uns. Outros, passando ao largo de visões transcendentais, disseram apenas que ‘a vida está aí para ser vivida como se não houvesse um amanhã’. Outros, mais céticos, opinaram ser a vida ‘algo desprovido de qualquer sentido’. Houve quem afirmasse ser a vida ‘uma forma de distração’ criada por Deus para quebrar o tédio no universo.
No alagadiço das incertezas, a humanidade vem atravessando os tempos sem saber ao certo de onde vem e para onde vai. A complexidade do enigma da vida talvez explique o fato de tantos homens levarem existência fútil, dando pouca ou nenhuma atenção àquilo que acontece no mundo e com o mundo, e, também, de outros tantos, que, impotentes diante da montanha de perguntas sem respostas, desistem da contemplação para engrossar a horda da alienação.
Em meio à multidão alienada e desavisada, despontam profetas – seres de Luz, que, amparados em Verdades vistas por poucos, desafiam o desconhecido e explicam o universo, a vida e o homem, criando ambientes de constante preparação para a eternidade em manifesta certeza da transcendência. Surgem, assim, as religiões e filosofias que, criando metas, balizas e marcos de referência – matrix culturais e psicológicas que enquadram a existência, alargando horizontes, inclusive pelo vislumbre sinfrônico de ambientes e tempos de aquém e além vida terrena –, fazem desanuviar a atmosfera de dúvidas, criam objetivos e dão sentido à vida de muitos. Neste arcabouço, militam homens que, ao enfrentar as incertezas residuais propondo as respostas requeridas, assumem a condição de Imã e Guia – formadores de opinião que reforçam e fazem evoluir a base conceitual de suas crenças.