Uma das principais funções cumpridas pelas obras de arte é despertar sentimentos nas pessoas, fazendo-as pensar. Estes pensamentos, vale dizer, não necessariamente dão sequência àqueles imaginados pelos autores.
Aliás, ao serem entregues, as obras de arte adquirem vida própria e deixam de depender da palavra do autor para serem compreendidas.
A partir da entrega ao público, a opinião do autor perde importância, cabendo àqueles que desfrutam as obras de arte a ‘palavra final’ sobre elas.
Por isso, independentemente da vontade do autor, como direta ou indiretamente despertam algum sentimento crítico, todas as obras de arte são, em menor ou maior escala, despertam vontades de mudança, podendo ser revolucionárias.
Esta afirmativa é de fácil aceitação quando imaginamos a obra de um artista engajado. Mas, e a obra dos artistas alienados e, mesmo, conservadores e reacionários? Ocorre a mesma coisa.
Imagine, por exemplo, o desejo de mudança que passa na cabeça de uma pessoa pobre, sofrida e desassistida ao ler o texto ‘bem comportado’ sobre a menina rica que, na sua festa de 15 anos, realizada no melhor clube da cidade, trajada com o vestido mais bonito e usando as joias mais valiosas, ganha o presente dos seus sonhos e conhece o príncipe encantado. Questionando porque não vive vida igual àquela da personagem do conto, o leitor pode ser tomado pela sensação de injustiça social e se integrar a movimentos mudancistas.
De fato, por mais amorfo que possa parecer, as obras de arte carregam um germe revolucionário capaz de estimular grandes transformações. Viva a arte!
Conheça o Canal Arte Agora
www.youtube.com/c/ArteAgora