Já não se faz mais gurus como antigamente.
De certa forma, este dito popular desqualifica os atuais formadores de opinião, nivelando-os todos pela régua mais rasteira.
É possível que, ao formular o provérbio, o pensador tenha se inspirado nos ‘influencers’ – uma patota que, salvo uma ou outra exceção (cuja existência confirma a regra), prova o alto grau de imbecilidade ao qual chegou parte da sociedade não-pensante.
Um grande exemplo deste tipo de ‘falso guru’ é o tal André Fernandes – um influencer que alcançou notoriedade ao usar o próprio furico para ensinar ao vivo como depilar o anus -, que está nas primeiras posições na corrida eleitoral para a prefeitura de Fortaleza.
Outro exemplo deste tipo de ‘falso guru’ é o cocher Pablo Marçal – um notório meliante, já condenado à prisão por envolvimento em golpes contra aposentados e viúvas-, que conseguiu empolgar a massa não-pensante do eleitorado paulistano.
Naturalmente, a condição de ‘falso guru’ não se restringe aos influencers.
Aliás, o ‘falso guru’ mais destacado no Brasil‘ na atualidade é Jair Bolsonaro – um bandido criminoso já indiciado em uma série de crimes, inclusive contrabando e prevaricação – que, estranhamente, exerce liderança sobre um largo seguimento da sociedade não-pensante, referido genericamente como ‘gado’.
A sociedade não-pensante é muito permeável a lorotas e imbecilidades, oferecendo a ambiência adequada para a ação dos ‘falsos gurus’.
Observe que, em relação quase inversamente recíproca, para dar suporte às bobagens ditas pelos ‘falsos gurus’ é necessário estar muito idiota – condição decorrente da apatia intelectual praticada pela sociedade não-pensante – ou estar condicionado pelas regras de convívio praticado nas bolhas de desinformação.
Este assunto não seria tão relevante se os falsos gurus não tivessem um público a quem falar, mas, perigosamente, o número de pessoas confinadas nas bolhas de desinformação e que integram a sociedade não-pensante é cada vez maior.
Tudo isto leva a crer que, como afirmou Nelson Rodrigues, um dia “os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.
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