Ao saber que, nas próximas semanas, a conta de luz no Nordeste subirá cerca de 17%, muita gente exasperou.
Numa explosão de raiva, tentando, talvez, criticar o ultraliberalismo do ministro Paulo Guedes, um amigo disse que ‘a economia está descontrolada’. A raiva dele [do amigo] aumentou quando retruquei: ‘Queria o que? Que um governo liberal tentasse controlar a economia? Se fizesse isso, não seria um governo liberal’.
Muita gente, anestesiada pela belíssima palavra ‘Liberdade’, pensa que, ao defender a liberdade, o Liberalismo se empenha na conquista do bem estar.
Na realidade, para a tal liberdade defendida pelos liberais funcionar, há necessidade da desregulamentação dos mercados e da não intervenção do Estado na vida social, inclusive na Economia – uma condição referida como ‘Estado mínimo’.
É por isso que, confiando na ‘mão invisível do mercado’, os governos liberais são marcados pela inação. Por isso, a ação observada no governo Bolsonaro se limita a reduzir o tamanho do Estado – privatização geral, redução das leis que defendem trabalhadores, enfraquecimento dos sindicatos, diminuição do funcionalismo público, etc.
Os liberais apostam na livre concorrência e na prevalência dos fortes e dos competentes. Defendem a lei das selvas, na qual os mais fortes são livres para caçar e devorar os mais fracos.
Antes de reclamar da carestia e dos salários baixos, as pessoas deveriam reclamar do Liberalismo, que entrega os mais pobres à própria sorte e, mesmo sabendo do desequilíbrio das forças, permite o vale-tudo do mercado liberal.