Se imaginando fora do alcance da lei (uma imunidade decorrente do sonho de impunidade estreitamente associado ao liberalismo), a turma da extrema-direita só pensa em tratar os outros com malvadeza – lembro, com se fosse hoje, o dia no qual Bolsonaro repudiou qualquer menção aos Direitos Humanos ‘dos vagabundos’ e, em meio à gargalhadas, se dirigindo aos tais ‘vagabundos’, os ameaçou com um perverso ‘a Papuda o espera’.
Lembro também do esforço da bancada bolsonarista para acabar com direitos da população carcerária (inclusive a chamada ‘saidinha’).
Pois bem.
Não demorou para aquela turma de tontos começar a ter maior respeito pelos Direitos Humanos (pelo menos, pelos próprios Direitos Humanos).
De fato, bastou a Justiça alcançá-los para os golpistas recolhidos à Papuda e à Colmeia passarem a agir como militantes da causa dos Direitos Humanos.
O mesmo aconteceu com Braga Netto e o resto da cambada golpista, cujos advogados passaram a reclamar melhor tratamento.
Até Carluxo Bolsonaro disse que a família iria protestar junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre o tratamento dispensado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao Velho quadrúpede.
A ironia aconteceu com o ex-deputado Daniel Silveira, que teve o pedido de ‘saidinha’ negado com base na lei que ele próprio ajudou a aprovar.
Para surpresa dos bolsonaristas e bolsominions, considerando o princípio de que, como reza o artigo 5º da Constituição (a lei penal não retroagirá, salvo para para beneficiar o réu), há a possibilidade de a Lei nº 14.843/2024 não possa ser aplicada para execução de pena por crimes anteriores à sua vigência e a proibição das saidinhas colha principalmente a eles próprios.
Não será surpresa se, assim como querem fazer com a lei da ficha limpa, os bolsonaristas também queiram acabar com a lei que impede a ‘saidinha’ e [acaba] com a garantia de outros direitos dos penitenciários.
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