Em 2016, interrompendo o curto período de social democracia vivido pelo Brasil, o golpe de 2016 implantou um regime liberal, logo aprofundado para o estágio ultraliberal praticado pelo governo de Jair Bolsonaro.
São apenas seis anos de supremacia do capital frente às pessoas. Neste tempo, as equipes do usurpador Michel Temer e, depois, do presidente Jair Bolsonaro fizeram de tudo (de ruim) – mudaram a política de preços da Petrobrás para beneficiar um punhado de sócios minoritários encastelados em Wall Street e na City Londrina, eliminaram direitos trabalhistas e previdenciários conquistados ao longo de quase um século de lutas, praticaram uma política de arrocho salarial, levaram adiante o criminoso programa de desestatização que vem dilapidando o patrimônio público para beneficiar alguns ‘protegidos do rei’, mudaram as leis ao sabor das vontades liberais ‘abrindo as porteiras para todos os bois desejados’, foi e vem sendo uma festa liberal.
Acontece que, todos os economistas sérios sabem, os fundamentos do liberalismo se sustentam em premissas falsas e, mais cedo ou mais tarde, os regimes liberais naufragam.
É isto que está acontecendo com o regime inaugurado em 2016.
A nau comandada por Jair Bolsonaro começou a fazer água por toda a parte – o desemprego e o emprego aviltado são assustadores, o déficit habitacional ganha destaque a cada desastre natural, o País voltou ao mapa da fome, a miséria cresce ameaçando a todos, a carestia encolhe a possibilidade de compras, os preços do gás de cozinha levam muitas famílias a ressuscitar os fogões à lenha, o encolhimento do mercado interno desfalca o volume de negócios e, consequentemente, [o volume] de encomendas à indústria.
Este modelo está caindo pelas tabelas. Precocemente, desmoralizando o liberalismo, as autoridades estão manifestando rejeição ao livre mercado.
Não é outro o significado do controle de preços proposto por Bolsonaro aos supermercadistas. Não é outro o significado da sua ira [ira de Bolsonaro] com o novo aumento do preço dos combustíveis decretado pela Petrobrás.
Não estamos assistindo apenas ao triste fim de um governo (que não devia ter começado). Estamos vendo o fim de um regime (que só chegou ao poder pelo golpe).