A liberdade à informação e [liberdade] de expressão – condições que garantem o acesso às informações de interesse a todas as pessoas, estando umbilicalmente associada à garantia de as pessoas poderem se manifestar e informar às outras sobre coisas do seu interesse – são itens indispensáveis para o funcionamento da Democracia.
Como ocorreu com outros (inclusive com o próprio conceito de Democracia), ao tempo que são subvertidos para dar guarida a todo tipo de manipulação (alguns, por exemplo, chegam a justificar a disseminação de fakenews com base na Liberdade de expressão), o conceito de Liberdade à informação sofreu deformações e, hoje, em corruptela aceita pela maioria das pessoas, é admitida como Liberdade de imprensa.
E, de fato, a Liberdade de imprensa vem prestando um grande serviço à Democracia, registrado a História (inclusive episódios que, se não fosse por ela [pela imprensa], teria caído na vala dos esquecimentos) e dando voz a quem não tem e precisa ter voz.
Foi assim que, na resistência ao regime instaurado em 1964, alguns veículos se destacaram na luta pela redemocratização – assumindo um comportamento exigido pelo momento e que tornou-se desnecessário com o advento da Nova República.
E foi assim que, em contramarcha, superado o regime autoritário, os veículos retornaram a vida, ganhando o rumo determinado pelos seus objetivos originais ou adquiridos ao longo dos tempos.
Em sua ‘nova vida’, alguns ficaram tão descaracterizados que não mais parecem com aqueles que foram um dia.
É o caso, por exemplo, do jornal Folha de S. Paulo que, de baluarte da luta pela redemocratização, retomou a posição conservadora ligada à extrema-direita e, mais recentemente, assumiu a condição de porta-voz de setores golpistas.
Para se ter uma ideia do retrocesso experimentado pela Folha de S. Paulo nesta versão quase-fascista, ontem, em afronta à inteligência do povo brasileiro, publicou longo artigo atribuído a Jair Bolsonaro, no qual, evocando respeito à Democracia, o golpista faz uma estranha defesa do argentino Javier Milei e do norte-americano Donald Trump, destacados próceres da extrema-direita mundial.
Qual terá sido o objetivo da Folha de S. Paulo ao abrir espaço para Jair Bolsonaro – um ser, não só desprovido de qualquer talento para escrever artigo (por pior que seja), mas, também, [desprovido] de autoridade moral para falar de Democracia?
Será que a Folha de S. Paulo deseja ser reconhecida como principal veículo da extrema-direita brasileira?
Será que a Folha de S. Paulo deseja impulsionar o golpe que pretende ceifar a Democracia no Brasil?
Será que a Folha de S. Paulo deseja ser reconhecida como agente de um novo formato de desinformação?
Seja como for, por tudo que vem fazendo nos últimos anos, a Folha de S. Paulo ingressou definitivamente no rol dos jornais golpistas, não merecendo mais qualquer confiança do povo brasileiro: virou um jornaleco golpista de quinta categoria.
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