Finalmente, com várias modificações, o Congresso Nacional aprovou e promulgou a chamada ‘PEC da Salvação’ proposta pela equipe de transição do governo Lula.
Na peça original, a equipe de transição propunha que algumas despesas sociais, incluindo o Bolsa Família, ficasse indefinidamente fora do teto de gastos.
Mas, sob a liderança de parlamentares bolsonaristas, os seguimentos conservadores se insurgiram e, depois de reduzido para dois anos pelo Senado, o prazo de exclusão do Bolsa Família do teto de gastos foi limitado pela Câmara dos Deputados a apenas um ano.
Além de confirmar a insensibilidade social e, mesmo, perversidade dos parlamentares conservadores, a redução do prazo para apenas um ano provou que a promessa feita por Jair Bolsonaro de manter o Auxílio-Brasil no valor de R$ 600 era vã. De fato, a julgar pela veemência dos discursos proferidos pelos bolsonaristas contra a PEC que garantiria a ajuda em definitivo, aquela turma nunca abandonou a tese geral do liberalismo do ‘cada-um-que-cuide-de-si’ e de entregar os necessitados ao Deus-dará.
Se fossem minimamente sensíveis, os bolsonaristas compreenderiam porque, mesmo tentados pelas PECs Eleitorais de Bolsonaro, os pobres votaram maciçamente em Lula.
Aliás, como diz a música de Chico Buarque, apesar deles, amanhã será outro dia. Alegrem-se, pois vem aí um novo tempo.