A irresponsabilidade moral – condição na qual, segundo Nietzsche, premido pela legítima defesa, necessidade de autoconservação e coisas assim, o homem age sem consciência dos seus atos, não podendo ser responsabilizado por eles [pelos atos] – é um dos produtos das bolhas de desinformação criadas pela extrema-direita para condicionar seus seguidores e apoiadores.
De fato, junto com alienação, perda do senso do ridículo, redução localizada da capacidade cognitiva, visão funicular e outras alterações de natureza psicológicas, as pessoas sujeitas às bolhas parecem adquirir certa irresponsabilidade moral para os gestos cometidos em nome daquilo que são levadas a acreditar e aceitar como paradigma de perfeição.
É neste sentido, por exemplo, que não veem qualquer violação de conduta nas atitudes cometidas por aqueles chamados ‘patriotas’ (por mais graves que possam ser).
Esta situação ficou claríssima durante a audiência pública realizada em 13/07/2023 pela Comissão de Segurança Pública do Senado Federal para debater a situação das pessoas presas em decorrência dos atos golpistas do Oito de Janeiro.
Na ocasião, como se não tivessem cometido gravíssimos crimes contra a Democracia, contra a ordem social e contra o Patrimônio público, na condição de ‘patriotas’, terroristas quiseram ser tratados como pessoas inocentes, santas e puras.
Este também é o sentimento dos baderneiros, vândalos e terroristas que cometeram toda a sorte de atrocidades e ilegalidades nos episódios de 12 e 24 de dezembro de 2022, das ocupações ilegais das áreas frontais dos quartéis e das barreiras rodoviárias.
Querem ser tratados como ‘patriotas’ ou ‘militantes’ e, não como bandidos, criminosos e (em alguns casos) terroristas que são.
Na realidade, a disseminação da irresponsabilidade moral como regra de conduta vem sendo usada largamente pela extrema-direita para liberar seus agentes (sejam eles ex-presidente da república, senadores, deputados, lideranças ou simples simpatizantes e apoiadores) a fazer tudo o que lhes der na telha para ‘combater os vermelhos’ e ‘proteger os ‘homens de bem’ e ‘patriotas’.
Este sentimento, por exemplo, animou os bolsonaristas que, nesta 6ª feira, 14/07/2023, hostilizaram o ministro Alexandre de Moraes e sua família no aeroporto de Roma.
Se nada for feito para conter esta situação, a irresponsabilidade moral passará a cobrar impunidade para todas as ações extremistas.
A punição aos bolsonaristas criminosos deve ser ágil e severa.
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