Ontem, dia 15/07/2022, a polícia do Paraná protagonizou episódio que, seguramente, vai se inscrever entre os mais ridículos da história policial do Brasil.
Imagine que, tentando demonstrar eficiência, em entrevista à imprensa, a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil do Paraná, Camila Cecconello (que substituiu a delegada Iane Cardoso, originalmente encarregada do caso e notória nas redes sociais pela frequência e virulência das publicações antipetistas), informou (pasme!) não ter havido motivação política no assassinato cometido cinco dias antes pelo policial penal federal Jorge José da Rocha Guaranho contra o guarda municipal e tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda, durante sua festa de aniversário de 50 anos, no salão de festas da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu, então decorado com balões vermelhos e fotografias de Lula.
Provavelmente orientada pelos superiores e no afã de concluir a investigação em tempo recorde, a delegada desconsiderou a história do assassino Jorge Guaranho – que se define no Twitter como ‘policial penal federal, conservador e cristão’, acrescentando que ‘armas são sinônimo de defesa’ e exibindo suas fotos ao lado de Eduardo Bolsonaro – e as circunstâncias do assassinato – ao invadir a festa (para a qual não havia sido convidado), já de arma em punho, Guaranho gritava: “Aqui é Bolsonaro!” – para, estranhamente, concluir que, mesmo diante de todas as evidências, não houvera motivação política no crime e que o terrorista será indiciado por homicídio duplamente qualificado qualificado, pelo motivo torpe e por causar perigo comum a terceiros.
Que vergonha! Pouco importa aquilo dito pela delegada bolsonarista: o assassinato de Marcelo Arruda teve motivação política e o assassino Jorge Guaranho agiu como terrorista a serviço da causa fascista, com objetivo de intimidar aqueles que pensam e agem de forma diferente daquela desejada pela turma do Capetão.
Temos de ter cuidado com aquele pessoal.