A banda inteligente da sociedade espera que, independentemente da ideologia que professem, em regime de caráter permanente, os partidos políticos se preparem para exercer o governo, estudando e desenvolvendo propostas para os diversos campos – educação, moradia, assistência social, segurança, saúde, previdência, cultura, Lazer, velhice, convivência, ciência, tecnologia, aposentadoria, Finanças, economia, etc.
Naturalmente, ao lado desse ‘dever de casa’, tendo em vista o propósito de alcançar e exercer o poder (de modo a aplicar as suas diretrizes e realizar os projetos que desenvolvem), os partidos precisam cuidar dos aspectos eleitorais.
Assim, estudar e desenvolver planos e projetos de governo de um lado e reforçar as base eleitorais de outro [lado] são duas tarefas básicas e complementares dos partidos.
Afinal de contas, de nada adiantaria um partido estar super preparado para exercer o governo, mas nunca chegar a ele (chegar ao governo) e, da mesma forma, de nada adiantaria um partido chegar ao poder sem saber o que fazer dele (fazer do poder).
Esta, naturalmente, seria a condição ideal da vida política. Infelizmente, alguns pensam diferente e, pouco ou nada preocupados com o exercício do governo, querem apenas a ele chegar – seja para desfrutar eventuais mordomias, seja para se locupletar ou, mesmo, para impedir que o governo trabalhe e a sociedade seja entregue ao Deus-dará conforme a vontade da iniciativa privada.
Este é o caso da extrema-direita, que, com algum sucesso eleitoral, vem trabalhando por toda a parte apenas a questão ‘alcançar o governo’ (mesmo que o faça através do embuste e até na garupa de golpes de estado).
No Brasil, o maior exemplo deste comportamento vem sendo dado pelo Partido Liberal (PL), que concentra as suas ações no proselitismo eleitoral com o uso regular das fakenews.
Nos próximos dias, por exemplo, em encontro programado para o Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, o PL realizará um grande encontro nacional, não com objetivo de discutir políticas públicas, mas para discutir o ‘como chegar ao poder’.
Com efeito, revelando a atenção da extrema-direita com a comunicação digital e o papel das plataformas nas disputas eleitorais, o partido de Jair Bolsonaro realizará seu 2º Seminário Nacional de Comunicação com a presença de especialistas na arte da mentira e da meia-verdade, reunindo profissionais e estrategistas, inclusive representantes das big techs Google e Meta (que controla três das principais plataformas usadas no Brasil).
Pouco preocupado com a solução de problemas que afetam o País, o PL quer aprofundar o seu conhecimento sobre a comunicação política, a produção de conteúdo e de estratégias para uso das redes sociais e, assim, ampliar a sua capacidade de criar e fortalecer as bolhas de desinformação que o sustentam [sustentam o PL].
Foi no embalo desse tipo de comportamento que Jair Bolsonaro chegou à presidência da república e, sem saber o que fazer no cargo, jogou o País no buraco sabido por todos.
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