Na visita que recentemente fez à China, à frente de uma comitiva oficial de 73 autoridades e lideranças vinculadas a setores estratégicos e de outras tantas que orbitaram a sua movimentação, o presidente Lula impulsionou o já intenso comércio entre os dois países – já há dez anos, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, comprando, por exemplo, 1/3 dos US$ 159 bilhões da produção agrícola exportada no ano passado.
Aliás, o agronegócio brasileiro teve presença marcante na viagem de Lula, cuja agenda, entre outros assuntos, destacou a retomada das exportações de carne bovina e de milho.
De fato, em jornada que começou antes da viagem oficial de Lula, seguindo os passos do ministro da Agricultura e Pecuária Carlos Fávaro, uma comitiva de mais de 100 empresários do agronegócio – envolvendo pequenos, médios e grandes produtores rurais – participou de seminários, encontros e reuniões bilaterais com autoridades chinesas, com propósito bem sucedido de estreitar parcerias e fazer negócios.
Naturalmente, a pauta da viagem de Lula foi ampla e, no entorno de cada autoridade presente na comitiva, se desenvolveu movimentação similar àquela dinamizada pelo ministro Carlos Fávaro. Com agenda própria, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar Paulo Teixeira incorporou o líder do MST João Pedro Stédile na sua comitiva e, assim como fizeram os outros dirigentes, tratou de trabalhar (e, diga-se de passagem, trabalhou muito bem).
Acontece que, de longe, preocupados apenas em gerar confusão (e, quem sabe, suscitando reações aos casos de trabalho escravo, grilagem, queimadas ilegais, invasão de terras indígenas, etc. provocar revides e despertar conflitos naquilo que parece quieto), os bolsonaristas da extrema-direita questionaram a presença do líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), dizendo-a ‘um estímulo esquerdista às invasões de fazendas’.
Na realidade, esta reação – que, conforme planejado pelos líderes extremistas, prontamente foi replicada por seguimentos conservadores e reacionários – revela má fé e desinformação sobre o MST, uma organização que desempenha importante ação econômica, sendo a maior produtora de arroz orgânico do mundo, uma das maiores produtoras de leite do País, congregando cooperativas que colocam 120 mil crianças nas escolas e contratam 400 médicos.
Vale dizer que, na realidade, o MST não ‘invade terras produtivas’ como a propaganda fascista quer fazer crer.
Eventualmente, ele [o MST] ocupa terras que não vem cumprindo a sua função social, dando-lhe utilidade, especialmente na produção de alimentos a partir da perspectiva da agricultura familiar e da agroecologia.
Com toda a certeza, sem saber, as pessoas que acusam o MST de ‘organização terrorista’ estão se alimentando com produtos agrícolas saudáveis vindo de terras por ele trabalhadas.
Depois do caos vivido na gestão Bolsonaro, o Brasil não de mais confusão. É hora de trabalho e reconciliação.
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