Outro dia, na sequência da entrevista concedida em Adis Abeba por Lula na qual – tal como na história em que um garoto diz que o rei nu está nu – [Lula] disse que o genocidio perpetrado pelas forças militares de Benjamin Netanyahu contra os palestinos na Faixa de Gaza era um Genocídio, acompanhado por baba-ovos do mundo inteiro, o governo de Israel criou uma crise diplomática com o Brasil.
Ao que parece, assim como o rei nu – que não queria ser reconhecido como nu -, o governo genocida de Benjamin Netanyahu não quer ser reconhecido mundialmente como genocida.
Para jogar a opinião pública contra Lula, como se tivessem e quisessem a exclusividade da palavra ‘Holocausto’, os carniceiros de Israel inventaram que Lula teria falado em Holocausto contra os palestinos.
Lula não usou a palavra Holocausto, tão cara aos judeus (para quem quiser verificar, a entrevista completa está publicada no Canal Arte Agora), mas deixou claro o caráter genocida das ações de Netanyahu.
Aliás, acho que, no futuro, os historiadores vão ter de inventar uma palavra parecida com Holocausto para designar a carnificina que as tropas de Netanyahu vêm cometendo contra a população palestina confinada na Faixa de Gaza.
O fato concreto é que – tal como aconteceu com o rei desnudo que, depois da denúncia do menino, todos passaram a ver nu -, depois do grito de Lula, todos passaram a enxergar o genocídio cometido pelos facínoras de Netanyahu.
Até mesmo governos como os da França e da Alemanha, que se mantinham em silêncio, passaram a protestar contra as matanças cruéis.
Enquanto isso, como se não houvesse opinião pública, leis internacionais ou um Deus a quem prestar contas, usando os métodos mais cruéis, as Forças de Defesa de Israel continuam a carnificina, sem poupar velhos, mulheres, gestantes, adolescentes, crianças e bebês de colo.
Anteontem, por exemplo, arrancando sorrisos de satisfação e palavras de estímulo e de elogios do ministério de Benjamin Netanyahu, os soldados israelenses esperaram que os palestinos se aglomerassem num raro momento de distribuição de alimentos para abrir fogo contra a multidão e assassinar 112 pessoas.
E um governo desses não que ser chamado de Genocida.
Qual será a palavra que os historiadores usarão para designar as matanças dos palestinos pelas tropas de Benjamin Netanyahu?
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