O respeito internacional conquistado por um país decorre de uma série de fatores, entre os quais se destaca a altivez.
Com efeito, a velha máxima de que ‘a quem muito se curva, lhe aparece os fundos’ também se aplica às relações entre os países.
Na realidade, a covardia diplomática é uma política externa própria dos governantes fracos e marcados pelo complexo de vira-latas.
Não foi sem razão, portanto, que, contrariando os ensinamentos do Barão do Rio Branco, os governos advindos do golpe de 2016 esqueceram alguns dos princípios diplomáticos fundamentais, abraçando, por exemplo, a subserviência à administração de Donald Trump.
Em maio de 2019, por exemplo, em laivo de submissão norte-americanófila, em reunião da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em Dallas, no Texas, após prestar continência à bandeira dos Estados Unidos, o então presidente Jair Bolsonaro inovou o bordão do seu governo (‘Brasil acima de tudo. Deus acima de todos’) e concluiu seu discurso dizendo um surpreendente ‘Brasil e Estados Unidos acima de tudo’.
Um mês mais tarde, dando sequência à política de submissão, em gesto unilateral que contrariou a orientação do Itamaraty, pouco se importando para o tratamento dado aos brasileiros pelo governo de Washington, o governo Bolsonaro dispensou a prévia autorização para turistas norte-americanos visitarem o Brasil.
O tempo passou, Bolsonaro se foi, Lula voltou e este tempo de vergonha acabou.
De fato, restabelecendo a reciprocidade diplomática ensinada pela Escola Rio Branco, o ministério das relações exteriores decidiu aplicar aos visitantes estrangeiros o mesmo tratamento dados pelos seus países de origem aos cidadãos brasileiros e, de imediato, anunciou que, enquanto os EUA (e, também, Japão, Austrália e Canadá) exigir Vistos dos viajantes brasileiros, exigirá documento semelhante aos seus turistas.
Embora contrarie os interesses e conveniências dos capachildos de sempre, a postura altiva do Itamaraty chegou em boa hora e revela a retomada da altivez diplomática e a decisão do Brasil de não aceitar humilhações impostas por nações estrangeiras a seus cidadãos.
Respeito é bom e nós gostamos.