As grandes crises econômicas começam assim: por não dispor dos fundos, A deixa de pagar a B; que, por não receber de A, deixa de pagar a C; que, por não receber de B, deixa de pagar a D; que, por não receber de C, deixa de pagar a E; e, no fim, em efeito Dominó, todos deixam de receber e, consequentemente, de pagar.
Estas situações, portanto, têm um foco inicial do qual, segundo multiplicadores variáveis, partem ondas de desespero que levam a quebradeira a horizontes inimagináveis originalmente.
Quanto mais poderoso for o foco original, maior e mais largo será o espectro da destruição.
Semana passada, nos Estados Unidos, começou uma erupção financeira que, se não controlada a tempo, dará início a mais uma grande crise econômica.
De fato, provocando um comportamento de manada, o anúncio das dificuldades do Silicon Valley Bank – o chamado SVB que atendia empresas do Vale do Silício, no norte dos Estados Unidos – despertou a desconfiança dos clientes, levando-os a sacar, repentinamente, bilhões e bilhões de dólares, o que provocou a sua falência, abrindo um ralo para o qual muitos outros podem ser arrastados.
Em 2008, para enfrentar a crise criada pela perda da confiança nos papéis bancários, arrancando os cabelos dos liberais e se curvando a economia socialista, o governo de Barak Obama estatizou a parte podre do sistema financeiro dos EUA com o uso de recursos públicos para cobrir rombos e restaurar a imagem de solidez necessária ao funcionamento do capitalismo.
Será que, agora, o governo de Joe Biden vai recorrer a ferramentas socialistas ou vai deixar a economia capitalista entrar em parafuso e viver mais uma crise de proporções imprevisíveis?