Entre as milhares de acusações que pesam contra Jair Bolsonaro está a forma irresponsável como tratou a residência oficial da presidência da república, não só usando-a como esconderijo de bandidos procurados pela Policia Federal (durante quase um mês, o golpista Oswaldo Eustáquio esteve refugiado no Palácio da Alvorada sob guarda e proteção de Michelle Bolsonaro), mas, também, abandonando-a às traças, conforme provou o estado de deterioração no qual a deixou. Parece, até, que, no embalo de um execrável ‘não é meu, nem teu, vamos nos aproveitar’, enquanto ocupou o Palácio da Alvorada, Bolsonaro fez de tudo: desde assassinar as carpas imperiais para pegar as moedas jogadas ao lago pelos turistas até levar e doar móveis, passando por desleixar a conservação do imóvel, que integra o patrimônio do povo brasileiro. A delapidação ocorreu a olhos vistos. Imagine que, apesar da barbárie (Michelle Bolsonaro teve o displante de anunciar disposição de destruir a biblioteca do Palácio para transformar o cômodo em salão de beleza), quando assumiu a presidência, Lula não pode se instalar no Alvorada, pois os móveis tinham sumido (exatamente isso: tinham sumido e, dos 261 móveis desaparecidos, 83 ainda não foram devolvidos ou localizados). Além dos aspectos morais e criminais envolvidos, este ‘descaso’ de Bolsonaro vem custando dinheiro aos cofres publicos, especialmente porque a recuperação do imóvel e reposição do mobiliário precisa atender diversos reclamos, inclusive aqueles inerentes à importância da maior autoridade política do Brasil, a 9ª potência econômica mundial. Para se ter ideia do prejuízo deixado por Bolsonaro, a recomposição do mobiliário do Alvorada importa em tapete de R$ 114 mil e sofá de R$ 65 mil. Até sanar todos prejuízos causados ao País e ao Povo Brasileiro, Jair Bolsonaro precisará desembolsar muitos reais à título de ressarcimento e amargar alguns anos de cadeia. Ele merece.
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