Bolsonaro abusa do direito de achar que as outras pessoas são tão burras quanto ele.
Só depois de três anos na presidência da república (e apenas por interesse eleitoral), ele deu por conta que ninguém aguenta mais os sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis.
Como não tem coragem para mudar a política de preços instituída pelo golpe de 2016 ou para assumir a responsabilidade pela situação (como faria qualquer líder sério), começou a buscar bodes expiatórios. E, como se fizesse alguma diferença, começou a trocar o presidente da Petrobrás toda vez que a companhia anunciava aumento. Já trocou três.
Agora, diante de novo aumento e sabendo que ficaria ridículo trocar o presidente da Petrobrás mais uma vez, Jair Bolsonaro resolveu demitir o ministro das minas e energia.
Acontece que Bento Albuquerque é almirante de esquadra e a sua demissão do MME vem na sequência da demissão do general de exército Joaquim Souza Luna da presidência da Petrobrás. É possível que as FFAA se sintam desprestigiadas (até porque sabem que o aumento dos preços dos derivados de petróleo tem outras razões) e, de alguma forma, frustrem as expectativas golpistas do Bolsonaro.
De qualquer forma, embora possa impulsionar a sanha privatizante de Paulo Guedes, o novo ministro não terá como barrar os novos aumentos que vem por aí
A julgar por aquilo que, em seu primeiro pronunciamento, Adolfo Sachsida, novo ministro das Minas e Energia, disse, o Almirante de Esquadra Bento Albuquerque não foi capaz de conduzir a pasta a ‘um Porto Seguro’