De amanhã, 20 de novembro de 2022, até o dia 18 de dezembro, 32 seleções estarão no Qatar para disputar a 22ª edição da Copa do Mundo de Futebol.
Em outros tempos, o Brasil estaria ‘parado’, concentrado no campeonato e nos destinos da seleção canarinha, como se fossem técnicos, todos saberiam a escalação do time titular e opinariam sobre táticas e modificações capazes de nos trazer o hexacampeonato.
Mas, os tempos mudaram.
Desde que, na abertura da copa de 2014 (e, dias mais tarde, também, no encerramento), em pleno estádio do Corinthians, em São Paulo, em gesto golpista, Luciano Hulk puxou o coro desrespeitoso “Dilma, vai tomar no cu” dirigido à presidente da república, o Futebol passou por um processo de politização (como de resto ocorreu com todos os aspectos da vida social), levando a que muitos se desinteressassem pelo assunto e chegassem, mesmo, a torcer contra a seleção brasileira.
Este processo recebeu grande impulso quando os golpistas se assenhorearam da camisa verde-amarela usada pela seleção, tratando-a como uma espécie de farda do golpismo e, numa etapa subsequente, como símbolo de apoio ao fascismo brasileiro, e [este processo desgaste do futebol como preferência nacional] ganhou ponto de destaque em 2021, já no governo Bolsonaro, quando parte da torcida brasileira torceu contra a seleção brasileira na final da Copa América disputada contra a Argentina (logo contra a Argentina, que sempre foi nossa arquirrival).
Daqueles tempos para cá, apesar de não ter havido alteração no comportamento da minoria fascista da sociedade brasileira (que, diga-se de passagem, açambarcou outros símbolos nacionais, incluindo o 7 de setembro), a situação política passou por uma certa tomada de consciência e, manifestando arrependimento por ter apoiado o golpe de 2016, um grande arco de aliança disse NÃO aos propósitos da extrema-direita e elegeu Lula, consagrando o humanismo como melhor opção para o País.
Diante do desmonte praticado no Brasil desde as fases preparatórias do golpe de 2016, há muito o quê fazer e reconstruir, inclusive o tecido social brasileiro, que foi esgarçado pelo clima de disputa fratricida criado pelos golpistas e aprofundado pelos bolsonaristas.
Nesta perspectiva, a Copa do Mundo surge como uma grande oportunidade para a reabilitação da camisa verde-amarela como motivo de união e orgulho de todos os brasileiros.
Não será uma copa do mundo que vai dissolver o clima de animosidade criado para separar brasileiros, mas, pelo menos, pode contribuir para a restauração dos símbolos nacionais aos seus legítimos donos.
Da minha parte, comunico a todos que voltarei a usar a camisa canarinha e a balançar a bandeira nacional.
Os símbolos nacionais são nossos e, não de um grupelho de malucos golpistas.