As técnicas aperfeiçoadas por Steve Bannon pela incorporação da pós-verdade e uso regular de fakenews são essenciais para construção das bolhas de desinformação responsáveis pela arrancada experimentada pela extrema-direita por toda a parte.
De fato, a para-realidade advinda das novas técnicas termina por caracterizar o clima prevalecente na bolha de desinformação, possibilitando o condicionamento das pessoas, que, vivendo um panorama psicológico cientificamente determinado, passam a apresentar um comportamento diferente daquele apresentado pelas demais [pelas pessoas que habitam o mundo normal].
Na realidade, o clima prevalecente na bolha de desinformação produz um tipo especial de pessoas – de sensibilidade e comportamento que decorrem de uma ordem de percepção própria -, cujo modo de agir e de pensar não combina com os padrões de normalidade adequados às outras [pessoas].
O interessante é que, em certa medida, no interior da bolha todos são ao mesmo tempo agentes ativos e passivos da desinformação, ajudando a reforçar a sua estrutura [estrutura da bolha] e sendo influenciado por ela.
Vale observar que, por ser essencial à sua ação, independentemente daquilo que ocorre e venha ocorrer no mundo real, a extrema-direita não pode abrir mão do funcionamento das bolhas de desinformação (sob pena de soçobrar na história). Esta situação ganha nitidez nestes tempos marcados pelo julgamento das pessoas ‘embolhadas’, que, convencidas de encarnarem o mais puro ‘patriotismo’, foram levadas ao crime contra a Democracia e, por isso, vão ser condenadas a merecidas longas penas pelo Supremo Tribunal Federal.
Observe que não foi sem razão a linha desconexa seguida pelos advogados de defesa dos golpistas (um time jurídico de gente despreparada, quase-rábulas, mas, também, de juristas reconhecidos, como o desembargador aposentado Sebastião Reis Coelho) ou a volta da ex-juíza Ludmila Lins Grilo (condenada à aposentadoria compulsória por criticar ministros do STF) às redes sociais (em clara violação às proibições impostas pelo ministro Alexandre de Moraes).
Por aquilo visto até agora, por mais severo que o STF seja no julgamento dos golpistas, a sociedade permanecerá sob perigo, pois as bolhas de desinformação continuam a produzir alienados.
Não há dúvidas de que a redução do perigo depende da erradicação da bolhas.
Resta saber como fazer isso sem violar a doçura da Democracia.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br
Conheça o Canal Arte Agora
www.youtube.com/c/ArteAgora