Como tudo na vida, consultas e pesquisas também cumprem objetivos diretos e indiretos. Às vezes, ao contrário daquilo que parece à primeira vista, o objetivo de uma pergunta atende à preocupação pouco ou nada relacionada com ela [a pergunta] em si.
Quando, por exemplo, em certas circunstâncias, o médico pergunta sobre o nome ou a idade do paciente, ele não está interessado nestas informações (que constam da ficha do paciente em atendimento), na realidade investiga o seu nível de orientação e de consciência.
Pois bem.
Ontem, foi divulgada uma pesquisa de ‘intenção de voto’, informando que, num eventual confronto eleitoral, Lula bateria Bolsonaro (51% contra 35%), Tarcísio de Freitas (52% contra 26%) e Pablo Marçal (52% contra 27%).
Muito interessante. Não porque ainda falta muito tempo para as próximas eleições presidenciais ou porque não exista qualquer candidatura colocada.
Afinal de contas, a construção das pré-candidaturas requer balizamentos indicados em pesquisas desta natureza.
O que chama a atenção é a escolha dos nomes de confronto com o presidente Lula.
Qual objetivo da Genial/Quaest ter incluiído na pesquisa o nome de Jair Bolsonaro – uma carta fora do baralho, que, além de inelegível, está com um pé na prisão?
Qual objetivo da Genial/Quaest ter incluído na pesquisa o nome de Pablo Marçal – que, durante a campanha para a prefeitura de São Paulo, revelou ser um moleque de primeira grandeza?
Queria a pesquisa da Genial/Quaest aferir o desapreço do povo brasileiro às leis do País ou o nível de irresponsabilidade como o povo trata a escolha do presidente da República?
Ao que parece esta pesquisa pode ser tudo menos aquilo que ela quer fazer parecer.
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