Hoje, demonstrando um certo ar de vitória, fingindo não lembrar dos 660 mil brasileiros tombados pelo vírus, sem qualquer consulta à OMS, o governo Bolsonaro decretou o fim da emergência do coronavírus. Se já dedicava pouca atenção ao caso, agora é que o Quadrúpede sequer vai falar do assunto. Sintomaticamente, hoje eu perdi um amigo e colega de trabalho para a Covid. Como tantos outros, este meu amigo confiou na palavra de Bolsonaro e, achando tratar-se de uma ‘gripezinha’, além das doses cavalares de cloroquina e de ivermectina, jamais se cuidou. Resultado: partiu, deixando pranto e saudades na família, nos amigos e nos colegas. Se o Capetão Bolsonaro está pensando que vamos esquecer a forma irresponsável e desrespeitosa como tratou a doença e os doentes, está muito enganado. Vamos cobrar cada choro, cada suspiro, cada dor. O genocida não ficará impune.
Autor: Alexandre Santos
Alexandre Santos é engenheiro e escritor. Preside a Associação Brasileira de Engenheiros Escritores, presidiu o Clube de Engenharia de Pernambuco e a União Brasileira de Escritores e faz a coordenação nacional da Câmara Brasileira de Desenvolvimento Cultural. Autor premiado com livros publicados no Brasil e no exterior, Alexandre é o editor geral do semanário cultural ‘A voz do escritor’ e diretor-geral do canal ‘Arte Agora’.