Quem já teve alguma experiência com limpeza urbana sabe que, por alguma razão de natureza psicológica, as pessoas são inclinadas a jogar lixo nos locais onde costuma haver lixo.
Assim, o acúmulo de lixo exerce um tipo especial de magnetismo que atrai mais lixo e, neste embalo, pequenos montes de lixo tendem a se converter em grandes montes de lixo.
Ao que parece, este raciocínio também se aplica a outras searas e, com poucas chances de cair em pecado, pode-se afirmar que uma ambiência percolada pelo erro tende a atrair e dar abrigo a crescentes levas de ‘errados’.
Não gostaria de generalizar, mas ao ver o entorno de Jair Bolsonaro, se constata o acerto da conclusão. Embora, naturalmente, possa haver exceções, nas proximidades do ex-presidente e futuro presidiário só se vê bandidos ou, pelo menos, gente de frouxidão moral, cujo padrão ético é excessivamente complacente com a esperteza e com o descuido.
Ontem, por exemplo, veio à tona que, tendo descoberto, julgado e condenado o partido do presidente (Partido Liberal) por fraude na chamada ‘cota de gêneros’, o Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) cassou o mandato de todos os deputados estaduais da legenda – Alcides Fernandes, Carmelo Neto, Dra. Silvana e Marta Gonçalves.
Vale dizer que, refletindo a índole daquele pessoal, o crime eleitoral cometido pelo partido de Bolsonaro no Ceará provavelmente se repetiu em outros Estados e, se os outros Tribunais Regionais e o TSE aplicarem o rigor da lei, vão sobrar poucos mandatários bolsonaristas.
Aquele pessoal é muito ‘errado’. Como diz um velho e sábio amigo:
Há muito lixo por aí.
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