Não é sem razão que no mundo liberal a propaganda enganosa permeia o comércio, os boatos impulsionam as bolsas de valores, o blefe é fundamental nas negociações e a mentira funciona como instrumento regular de trabalho para muita gente.
O Liberalismo é o reino das Fakenews.
A mentira começa na forma como as pessoas são induzidas a interpretar o conceito e a incorporar o Liberalismo em seu imagético e panorama psicológico. De fato, como a tradição e os dicionários afirmam que as pessoas ‘liberais’ são aquelas que admitem maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes das suas próprias, [que] defendem a liberdade de pensamento, [que] aceitam a liberdade de pensamento e [que] são generosas, por absoluta ignorância política, muita gente é levada a achar que Liberalismo é a forma de pensar e de agir dos generosos, dadivosos, magnânimos, indulgentes, condescendentes, inovadores, progressistas, modernos, vanguardistas, avançados, adiantados, abertos, tolerantes, compreensivos, condescendentes, flexíveis, indulgentes e transigentes.
Não é nada disso.
Liberalismo é uma doutrina política e econômica que toma por fundamento máximo o exercício da Liberdade. E, aí, vem outra Fakenews, pois (assim como Amor, Paz e Democracia) Liberdade é uma palavra mágica e todos querem se sentir livres. Acontece que, como defende a plena liberdade de todos e a garantia do uso de todos os atributos individuais, na realidade, o Liberalismo estabelece um regime que favorece os mais fortes (pois podem enfrentar os mais fracos usando todos os seus poderes), estabelecendo uma espécie de ‘Lei das Selvas’ – onde, ocupando posições específicas na cadeia alimentar, os mais fracos servem de pasto e alimento para os mais fracos.
Os mais fracos, coitados – tomados pelo panorama psicológico que equipara o Liberalismo (o mundo das Liberdades) a uma espécie de paraíso (o mundo das oportunidades) -, só percebem que o ‘mundo das Liberdades’ defendido pelo Liberalismo não existe quando, embora sejam ‘livres’, descobrem que passam fome porque não podem pagar por um prato de comida.
No Brasil de hoje, 33 milhões de pessoas estão nesta situação.