Um dos pontos mais positivos da administração pública brasileira é o Sistema Único de Saúde (SUS), que – desde os procedimentos mais simples até intervenções complexas, como, por exemplo, o transplante de órgãos – garante acesso integral, universal e gratuito para toda a população do País.
Infelizmente, a insuficiência do orçamento colocado à disposição do sistema público de saúde compromete a qualidade dos serviços oferecidos à população (especialmente nos quesitos conforto e rapidez), levando as fatias mais exigentes da sociedade, notadamente as classes médias e abastadas, a buscar outras soluções para a saúde, criando um vasto mercado para a iniciativa privada abrigada no chamado sistema complementar de saúde (SCS).
Por razões óbvias, ao contrário do SUS (cujo propósito é oferecer acesso integral, universal e gratuito para toda a população), o sistema privado de saúde tem por meta proporcionar lucro financeiro às empresas que o compõem e, nesse sentido, restringem o atendimento única e exclusivamente àqueles capazes de pagar as contas.
Em resumo, pode-se dizer que o processo decisório dos gestores do sistema privado de saúde prestigia as ações e projetos lucrativos – é nesta perspectiva que se inclui atitudes como o ‘passaporte celestial’ criado pela Prevent Sênior durante a pandemia de coronavírus ou o descredenciamento 37 hospitais (no DF, em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Maranhão) agora, em meio a um surto de dengue, pela Unimed Nacional.
A sociedade não pode ficar refém do Sistema Complementar de Saúde – que, apesar de oferecer péssimo serviço aos clientes, cobra mensalidades exorbitantes, um dinheiro que faz falta às famílias e que, diga-se de passagem, se dispensado, poderia ser usado em muitos outros fins.
Para que a sociedade brasileira possa ficar livre dos famosos ‘convênios’ é necessário que o SUS melhore a qualidade dos serviços (especialmente em termos de prazo e de conforto aos atendidos).
Para isto, o orçamento a ele destinado deve ser ampliado muitas vezes.
Infelizmente, disposto a não perder a dinheirama que abocanha – de acordo com dados do caderno de informações da Saúde Suplementar, em 2022 a receita bruta total do setor foi de R$ 237,6 bilhões.
Não é sem razão portanto que os mercadores da saúde tentem boicotar o SUS, cujo orçamento no mesmo período foi de apenas R$ 140 bilhões.
Diga NÃO aos planos privados de saúde. Que a meta seja a estatização completa do setor.
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