A LIBERDADE DE IMPRENSA E A DEMOCRACIA RELATIVIZADA
Ao observar os fundamentos básicos da Democracia e aquilo que acontece por aí (este ‘por aí’ se refere a todos os países ditos ‘democráticos’), qualquer pessoa percebe o caráter relativo do conceito.
Na realidade, cada país que se pretende ‘democrático’ tem a Democracia possível e ajustada às suas possibilidades e realidades.
Aliás, embora não admita, nenhum país cumpre a totalidade dos elementos básicos da Democracia.
Mesmo assim, em função das conveniências, acusam os países colocados na sua alça de mira de não serem democráticos.
Nesta perspectiva, a certificação de ‘democracia’ deixa de seguir quesitos conceituais e passa a cumprir única e exclusivamente critérios políticos. Os países mais poderosos se investem da condição de ‘certificador’ e, independentemente do seu próprio comportamento, tratam de classificar os outros países (às vezes, classificam como não-democráticos países ‘mais’ democráticos do que eles próprios).
Neste processo, muitos critérios são manipulados para facilitar a reclassificação de situações.
Entre estes critérios, destacam-se a liberdade de expressão e a informação que, de modo a facilitar a reclassificação de situações, passam por uma corruptela que os fundem e passam a ser tratados como ‘liberdade de imprensa’ – uma condição que, na prática, significa a liberdade do proprietário ou editor escolher e orientar as pautas, agir sem restrições.
Por estes dias, por exemplo, em claro indicador de interferência na liberdade de expressão e liberdade a informação, a Folha de São Paulo demitiu o colunista Reinado Azevedo, que, tendo passado a reconhecer os acertos de Lula, deixou de atender a linha editorial pretendida pelos seus proprietários [proprietários do jornal].
Neste caso, embora a demissão de funcionários esteja no espetro das atitudes democráticas e também da liberdade de imprensa, no fundo a demissão de Reinado Azevedo significa uma censura ao seu modo de pensar e, portanto, afeta a liberdade à informação e, consequentemente, compromete a própria Democracia.
Não vi qualquer manifestação contra o gesto antidemocrático da Folha de S. Paulo.
Pelo contrário, o jornal continua a ser considerado um dos paladinos da Democracia no Brasil.
Embora muitos se recusem a aceitar, as realidades e as possibilidades se impõem para relativizar conceitos e moldar a Democracia.
De qualquer forma, antes que alguma voz se erga para dizer coisa em contrário, voltamos a insistir que, tendo em vista a realidade circundante, a Democracia está em constante transformação e, sempre que possível, precisa ser aperfeiçoada para melhor atender aos interesses do Povo.
Leia mais em
www.alexandresanttos.com.br
Conheça o Canal Arte Agora
www.youtube.com/c/ArteAgora