O governo Bolsonaro nos faz passar vergonha todos os dias. Nos últimos dias, o Brasil ocupou grandes espaços da mídia internacional pelo nível de violência policial.
Além do massacre da Vila Cruzeiro (no qual, em ação conjunta do BOPE-RJ com a PRF, foram executadas 25 pessoas), ganhou destaque o brutal assassinato de Genivaldo de Jesus Santos – um negro, pai de família, portador de esquizofrenia, sem registro de qualquer deslise legal – por asfixia no porta-malas de um carro da polícia, adaptado à condição de câmara de gás, por dois policiais da Polícia Rodoviária Federal (seus nomes não foram revelados), em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe, cujo pecado segundo o relatório dos assassinos foi ‘conduzir motocicleta sem o uso de capacete’.
Nos dois casos, além da ‘licença para matar’ que a polícia imagina ter, salta aos olhos a participação da Polícia Rodoviária Federal – uma organização de aparência respeitável que, embora no passado tivesse a fama de gostar de propina, sempre esteve presente (ou ausente) na fiscalização do trânsito nas estradas federais (e, não, invadindo as cidades à caça de gente para matar).
Vale anotar que, nos dois casos, Bolsonaro teve atitude compatível com o jeito Bolsonaro de ser: no caso da Vila Cruzeiro, elogiou o comportamento do tenente coronel Uirá Ferreira, da PM-RJ, que comandou os assassinatos; no caso da execução de Genivaldo de Jesus Santos, não moveu uma palha para demonstrar preocupação, sequer solidariedade à família enlutada, exigir punição aos assassinos ou demitir o diretor-geral Silvanei Vasques (responsável pela reorientação assassina da organização).
Ainda bem que este governo está no fim.