Não ocorreram sem razão os esforços dos líderes da extrema-direita para impedir a eleição, posse e governo de Lula.
Na realidade, este comportamento decorre da conjunção de motivos de natureza política, [natureza] econômica e, também, [de natureza] objetiva associada à dilapidação do patrimônio público.
Aliás, levado adiante sob princípio do ‘Estado mínimo’, o programa de desestatização adotado pelos liberais no Brasil foi usado para beneficiar pessoas e grupos, constituindo grandes escândalos de corrupção.
Assim, parte da resistência à Lula se deve ao receio de que a sangria seja estancada e, também, ao medo de que, além de punições aos aproveitadores, o novo governo anule e reverta as falcatruas só possíveis em função do golpe.
Na realidade, inclusive como mensagem de que ‘o crime não compensa’ e desestimular os golpistas e os golpes, além de punir golpistas e espertalhões, [o governo] precisa anular e reverter os saques perpetrados contra o patrimônio público.
Naturalmente, em função de razões políticas, nem sempre isto é possível.
De qualquer forma, em atitude que merece aplauso e apoio da sociedade brasileira, alertando que a privatização da Eletrobrás seguiu um processo ‘errático’ e ‘lesa-pátria’, Lula orientou a Advogacia Geral da União (AGU) a pedir revisão de contrato.
Para quem não lembra, a privatização da Eletrobrás foi encomendada por Paulo Guedes a Adolfo Sachsida, economista que substituiu o almirante Bento Albuquerque no Ministério de Minas e Energia com este objetivo e matou a empresa em poucos dias.
Além de servir de lição àqueles que acreditam no crime como modus operandi, a revisão do caso Eletrobrás poderia dar novo impulso ao processo de retomada do crescimento econômico.