Os quatro primeiro meses de preparação de um recruta são dedicados ao aprendizado da chamada ‘ordem unida’, período no qual ele aprende a obedecer comandos e agir de forma sincronizada com seus pares.
Tem gente que não consegue aprender a tal ordem unida – seja por insubordinação à autoridade, seja por falta de ritmo intelectual. Nestes casos, o melhor caminho é afastar o recruta da tropa, antes que seu modo de ser provoque algum desastre.
Uma forma de identificar um soldado desconexo é observar a tropa em movimento: aquele que, porventura, não estiver marchando no ritmo dos colegas (pisando com o pé ‘errado’, por exemplo), é o soldado que não consegue aprender as lições. Aliás, uma velha piada conta que, ao ver o filho em descompasso com a tropa, a mãe-coruja enche o peito de orgulho e comenta: “meu filho é o único que está marchando certo”. Pois bem.
Ontem, por ocasião da posse do ministro Alexandre de Moraes na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, o Brasil assistiu assistiu a um caso de soldado despreparado para agir em conjunto com a tropa.
De fato, provavelmente sem compreender (ou mesmo discordar) o discurso de respeito à Democracia, de repulsa à violência política e de rejeição às Fakenews proferido pelo novo presidente do TSE, Jair Bolsonaro foi o único dos presentes a não aplaudi-lo.
Foi acintoso.
Na realidade, como a mãe-coruja que aplaude o filho desconexo, o turma do Capetão acha que o presidente Bolsonaro é o ‘único certo’ na multidão.
De qualquer forma, a situação foi muito elucidativa, pois, de modo eloquente, deu nova prova de que Bolsonaro é um presidente desconexo com a Democracia e, conforme o comandante que afasta o soldado incompatível, para não correr riscos, o Povo brasileiro deve afasta-lo (afastar o presidente desconexo).
Por esta e por todas as outras, o Povo brasileiro está ciente da incompatibilidade de Jair Bolsonaro com a presidência da república e vai afastá-lo do cargo em 02 de outubro.
No dia primeiro de janeiro de 2023, o Palácio do Planalto voltará a ser ocupado por alguém vocacionado e preparado para exercer o cargo mais importante da república.