Começa hoje o período oficial para a campanha eleitoral dos candidatos ao pleito de 02 de outubro. Serão 45 dias de intensa movimentação, com a realização de comícios, distribuição de ‘santinhos’, visitas aos eleitores, afagos nas crianças e, sobretudo, apresentação de promessas (muitas das quais, diga-se, sem qualquer factibilidade). É o tempo dos sorrisos e das mentiras.
Para os candidatos que movem as campanhas através da farta distribuição de mimos preciosos, o período da campanha é sempre longo (para estes, quanto mais curto for a campanha, menor será o dispêndio com as coisas pedidas pelos eleitores gulosos). Na outra ponta desta mesma questão, para os candidatos que investem no convencimento político dos eleitores, estes 45 dias são extremamente exíguos.
Da minha parte, não tenho qualquer simpatia pelos chamados ‘políticos bissextos’ (destes que só aparecem de tempos em tempos, por ocasião das eleições) – como Jair Bolsonaro, que só nos últimos meses, acossado pela sombra de Lula, se moveu para baixar o preço dos combustíveis e para garantir alguma renda aos miseráveis (e, diga-se de passagem, através de medidas igualmente bissextas, cuja validade expira junto com a eleição).
Na realidade, para demonstrar valor, os homens públicos devem estar em campanhas permanentes e, não apenas por ocasião das eleições. Neste sentido, a melhor campanha eleitoral é a história de vida dos candidatos – como cada um se portou diante das coisas de interesse dos eleitores, suas ações, suas omissões, seus gestos, suas palavras.
Por isso, já decidi em quem vou votar e em quem jamais votaria.
Não votaria, por exemplo, em candidato cuja história de vida esteja associada à tortura, às rachadinhas, ao preconceito racial, à misoginia, à truculência, à arrogância, ao autoritarismo, ao uso da mentira como instrumento regular de trabalho, à ignorância, ao obscurantismo científico e cultural, à manipulação religiosa das pessoas, ao desrespeito dos símbolos nacionais, à corrupção, ao desrespeito da natureza, ao egoísmo e à tudo que a natureza humana reprova.
Candidatos com estas marcas, mesmo que travestidos por campanhas publicitárias, jamais terão o meu votos.
Para os bons entendedores, estas palavras são suficientes.