A história recente do Brasil fala muito da índole da direita conservadora e reacionária, que só chega e se mantém no poder graças aos embustes eleitorais e, mesmo, aos golpes de Estado (eventualmente, disfarçados por uma legalidade duvidosa, mas que, no fundo, produzem o mesmo resultado).
Vem sendo sempre assim: o humanismo progressista chega ao poder pelo voto e, antes de cumprir o seu projeto de desenvolvimento social, é derrubado por um golpe que recoloca a direita conservadora e reacionária no comando do País. Os exemplos mais recentes no Brasil são a ascensão de Michel Temer (em função do golpe que derrubou Dilma Rousseff) e a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 (só possível graças ao golpe que tornou Lula inelegível).
Mesmo assim, aos soluços, entre avanços e recuos, o humanismo progressista progride na América do Sul – como atestam as vitórias lideradas por Lula (Brasil), Pedro Castillo (Peru), Gabriel Boric (Chile), Alberto Fernandez (Argentina), Nicolás Maduro (Venezuela) e Gustavo Petro (Colômbia). Aliás, será uma questão de (poucos) anos, o Povo vai (retomar o Peru e) consagrar lideranças humanistas e progressistas à frente do Uruguai, Paraguai e Equador, concluindo a pintura do mapa da América do Sul com as tintas do avanço social e, ao mesmo tempo, reduzindo os ranços à criação da sonhada Pátria Grande.
Acontece que, sabendo não ter chances em disputas democráticas limpas, a direita conservadora e reacionária não consegue conter o golpismo que anima a sua índole e, permanentemente, atenta contra os interesses do Povo. Ontem, por exemplo, na sequência do ataque de Lawfare assacado à vice-presidente Cristina Kirchner na Argentina, a direita conservadora e reacionária que controla o Congresso do Peru se insurgiu contra a decisão constitucional do presidente Pedro Castillo de (como fizeram Alberto Fujimori em 1992 e Martín Vizcarra
em 2019) dissolver o colegiado para convocar novas eleições e o destituiu do cargo, prendendo-o e dando posse à vice-presidente Dina Boluarte (que cumprirá papel semelhante àquele exercido no Brasil pelo usurpador Michel Temer).
Vale lembrar que, primeiro presidente de origem rural em 200 anos de República, líder do partido Peru Livre, Pedro Castillo – que chegou ao poder em 2021, numa vitória apertada contra a ultraconservadora Keiko Fujimori, com 50,125% dos votos válidos – [Pedro Castillo] nunca pode governar seu pais, tendo enfrentado três processos de impeachment (o mais recente, aberto na semana passada, pela acusação surrealista de ‘incapacidade moral para ocupar a presidência’).
A derrubada de Pedro Castillo no Peru é mais um episódio da eterna luta da direita conservadora e reacionária contra o avanço social desejado pelo humanismo e, além de testar a tenacidade dos humanistas que, à despeito dos obstáculos, prosseguirão na luta pela inevitável primavera, serve de alerta para os demais líderes progressistas do continente.
É neste mar revolto que Lula navegará, com a responsabilidade de conduzir o Povo brasileiro a estágios superiores de Desenvolvimento social e de liderar o movimento que tornará a América do Sul e o Caribe um lugar gostoso de se viver.