Nos últimos tempos, decididos a usar a ‘pele de cordeiro’, os lobos e chacais que conduzem o movimento conservador e reacionário decidiram usar técnicas de conquista e de manutenção do poder que, ao abrigo amplo da palavra ‘Democracia’, não possam ser acusadas de ‘golpismo’.
Passaram, então, a desenvolver processos que aplicam golpes de Estado ‘legais’ e ‘democráticos’ – foi assim, por exemplo, com o golpe de 2016, que derrubou a presidente Dilma Rousseff com um impeachment fraudulento.
Por outro lado, a receita usada pela direita para debilitar o avanço da solidariedade e do humanismo também passa pela fragilização das suas lideranças e, em processo de pouca criatividade, envolve ataques à reputação dos seus símbolos.
Aliás, embora seja prática antiga, uma fórmula que vem sendo usada com relativo sucesso para dar aparência legal a golpes de Estado e para destruir carreiras e reputações de líderes incômodos é o chamado Lawfare – traduzido como a forma de guerra que usa a lei para arrasar adversários e/ou marginalizar comportamentos, tanto pela aplicação de leis de pertinência duvidosa, como pela ‘criação’ de provas.
Foi uma operação de Lawfare conduzida pelo ex juíz Sérgio Moro que renovou o golpe em 2018, tornando Lula inelegível, possibilitando a eleição de Jair Bolsonaro.
Agora, se vê coisa semelhante na Argentina, onde, com o nítido objetivo de fragilizar a solidariedade social e o humanismo, em sessão transmitida ao vivo (como aconteceu com o impeachment de Dilma Rousseff), acolhendo denúncia do Ministério Público argentino, o Tribunal Federal 2, da cidade de Buenos Aires, condenou a vice-presidente Cristina Kirchner pelo crime de ‘administração fraudulenta’ a seis anos de prisão, tornando-a inelegível.
A atitude do ministério público e do tribunal da Argentina não visa promover justiça, mas, apenas desqualificar uma das maiores lideranças progressistas do continente e, neste sentido, deve ser repudiada por todos os humanistas.
O Lawfare é uma arma odienta, não só porque desmoraliza a lei como instrumento de justiça, mas também porque atenta contra a Democracia.