O governo Bolsonaro é o mais corrupto da história do Brasil. Não me refiro a casos como aquele que emperrou a aquisição das vacinas contra o coronavírus, notório pelo ‘um dólar por dose’ (lembra?), ou o esquema evangélico de desvio de recursos do ministério da Educação (‘vamos ourar, irmãos’).
Me refiro a corrupção grossa, envolvendo bilhões e bilhões de reais. Me refiro àquela que ocorre no submundo do programa de desestatização conduzido por Paulo Guedes, no ministério da Economia. Algo gigantesco, assustador e, extremamente, ousado.
Lembro que, por ocasião da primeira viagem do presidente Jair Bolsonaro aos EUA, perguntado sobre os vexames provocados pelo jeito-Bolsonaro-de-ser, Paulo Guedes disse abertamente estar aproveitando a ‘distração proporcionada por Bolsonaro para fazer negócios’.
Aquela turma não brinca em serviço.
Para ela, pouco importam valores associados à soberania nacional, bem-estar social, compromisso com o País, coisas assim. Ela quer apenas vender tudo que estiver pela frente e, claro, ganhar muito dinheiro com isso.
Se pudesse, venderia o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional, a Esplanada dos Ministérios, a presidência da república, o Itamaraty, o Exército, o Pavilhão nacional, a bandeira, as armas da república, a história, o território. Venderia tudo.
Como não pode, Paulo Guedes e sua gangue restringem a sanha àquilo ‘autorizado’. De qualquer forma, esbanjando esperteza, tal como fez Ricardo Sales com o noticiário da Covid, a turma da desestatização aproveita qualquer distração (grande especialidade de Jair Bolsonaro) para ‘fazer a boiada passar’.
Fico imaginando o que (especialmente por estar pressionada pela viva possibilidade de Bolsonaro não renovar o mandato) aquela turma deve estar fazendo neste momento marcado por tantas distrações.
Não sei se as condições políticas permitirão, mas, se o futuro governo Lula, vier a investigar o programa de desestatização levado adiante por Paulo Guedes e sua turma, muitos negócios serão anulados ou revertidos e muita vai ser presa.