No dia 30 de dezembro de 2022, pouco ligando para o fato de ser o comandante-em-chefe das forças armadas do Brasil e presidente da república, Jair Bolsonaro desertou e, como se fosse um bandido qualquer, fugiu para os Estados Unidos. Ao invés dos serviços de um coiote, Bolsonaro recorreu ao passaporte diplomático próprio do cargo então exercido, ganhando o salvo-conduto que o livrou momentaneamente da ferocidade do departamento de imigração daquele país.
Acontece que o visto obtido automaticamente por Jair Bolsonaro ao ingressar nos Estados Unidos com passaporte diplomático é válido por apenas 30 dias e expira amanhã.
Emerge, então, a pergunta sobre a atitude que o ex-presidente brasileiro adotará.
Entre as alternativas, aparecem quatro possibilidades – o retorno ao Brasil (onde estará ao alcance direto do Poder Judiciário, que o tem em mira por diversos crimes e irregularidades), imigrar para um outro país (presencialmente, um país que o proteja da possibilidade de extradição), tentar renovar o visto de permanência (usando outro passaporte) para continuar nos Estados Unidos e, finalmente, fazer como tantos imigrantes ilegais e tentar desaparecer no underground norte-americano, sobrevivendo do dinheiro que roubou na presidência ou lavando pratos ou cuidando de jardins de alguma mansão em Boca Raton.
Como se espera qualquer coisa de Bolsonaro, tudo é possível.
Uma coisa é certa: esteja onde estiver, Bolsonaro não se livrará das gravíssimas acusações que lhe pesam na Justiça Brasileira, na Corte Interamericana de Direitos Humanos e no Tribunal Penal Internacional e, um dia terá de pagar as contas que deve à justiça dos homens.