Israel não é um ‘filho reconhecido’. Na realidade, sem entrar (ainda) nas questões que o fazem criminoso, [Israel] é um ‘filho’ ingrato, desrespeitoso e traidor.
Imagine que agora – como se não tivesse sido criado por uma Resolução da ONU em 1947 (se não fosse a ONU, Israel sequer existiria como Estado independente) -, o governo de Benjamim Netanyahu afirma não reconhecer autoridade na ONU para impor um cessar-fogo na Faixa de Gaza e interromper as atrocidades que as Forças de Defesa de Israel vêm cometendo na região.
Ora, se a ONU teve autoridade para criar Israel, por que não tem [autoridade] para sustar a carnificina perpetrada pela sua criatura?
Não é isso o que pensa o governo de Benjamim Netanyahu, que já anunciou a intenção de não cumprir a Resolução aprovada ontem pelo Conselho de Segurança da ONU, estabelecendo a proteção das crianças e a criação de corredores humanitários na Faixa de Gaza.
Pela proposta por Malta – cujo objetivo inclui o ‘fornecimento contínuo, suficiente e sem entraves de bens e serviços essenciais, incluindo água, eletricidade, combustível, alimentos e suprimentos médicos’ -, a Resolução deve vigorar até a ajuda humanitária chegar à população civil da Faixa de Gaza.
Nada disso interessa ao governo de Benjamim Netanyahu, que, em comunicado às redes sociais, de pronto, rejeitou a Resolução.
Da mesma forma que fez há alguns, quando desqualificou o secretário-geral Antônio Guterres, o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, desqualificou a Resolução do Conselho de Segurança, dizendo-a “desconectada da realidade”.
E agora?
Se o governo de Israel não reconhece qualquer autoridade na ONU, por que não se retira da Organização?
Por outro lado, se sabe que Israel não lhe reconhece autoridade, por que a ONU não o exclui da lista de países-membro?
De qualquer forma, a carnificina impune perpetrada contra a população da Faixa de Gaza demonstra a necessidade de completa reformulação dos macanismos de representação internacional.
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