Tradicionalmente, o Brasil tem se mantido ao largo das guerras, preferindo clamar pela Paz nos fóruns internacionais dos quais participa, com a ONU, OEA e outros. Nesta perspectiva, o envolvimento direto dos militares brasileiros em conflitos são raríssimos e têm se limitado a presença nas chamadas ‘forças de paz’ criadas pela ONU para estabilizar regiões em conflito.
No mais, o Brasil procura a neutralidade ensinada pelo Barão do Rio Branco. Esta postura ficou claríssima em junho de 1982, quando o governo brasileiro reteve um bombardeiro britânico Vulcan no aeroporto do Guararapes, no Recife, onde [o avião] foi forçado a pousar em função de uma pane hidráulica, impedindo-o de prosseguir viagem rumo ao sul, onde seria integrado na guerra das Malvinas, contra a Argentina.
Por deslize ou distração ou uma conveniência diplomática qualquer, o ‘regulamento’ deixou de ser cumprido agora e, numa contribuição involuntária ao esforço de guerra de Israel contra a Palestina, o Brasil ajudou na mobilização dos militares israelenses que vão lutar no Oriente Médio.
Com efeito, com a óbvia autorização do governo brasileiro, o Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, foi usado para a decolagem do avião voo fretado pela comunidade judaica brasileira e pela Keren Hayesod (organização de arrecadação de fundos para Israel com presença em 45 países) com a presença de 175 reservistas israelenses convocados pelas Forças de Defesa de Israel para reforçar a invasão terrestre da Faixa de Gaza.
Espero que o Hamas não interprete este comportamento como algum tipo de colaboração do Brasil com o esforço de guerra de Israel e coloque o país na lista dos seus alvos.
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