Entre as organizações mais importantes de um país, estão as Forças Armadas – braço armado da diplomacia, um recurso essencial para a defesa do território e elemento de dissuasão nas negociações mais complicadas.
Daí a necessidade de elas [as Forças Armadas] serem treinadas, bem equipadas e motivadas para o cumprimento do seu objetivo e, por isso, despertarem orgulho e respeito dos conterrâneos.
Naturalmente, esta condição é tanto mais apurada quanto mais evoluída for a nação.
No Brasil, infelizmente – especialmente depois de que, com o golpe de 2016, o país regrediu ao patamar das ‘republiquetas das bananas’ -, esta condição foi alterada e, ao que parece, graças à irresponsabilidade de alguns chefetes militares, ao invés de evoluir, as Forças Armadas retrocederam ao estágio mais bruto da força, passando a praticar o ativismo militar e, neste embalo, a funcionar como elemento auxiliar de golpes e golpistas (como o foi por toda a história republicana do País).
Agora, por exemplo, em comportamento que retira razões para o Povo ter orgulho dos seus soldados, sob o comando do general ministro da defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, as Forças Armadas brasileiras parecem estar empenhadas no projeto subversivo de manter o capitão Jair Bolsonaro na presidência da república a qualquer custo.
De fato, parecendo querer colocar as Forças Armadas a serviço do plano antidemocrático de tomar o resultado das eleições na ‘mão grande’, transformando-as numa mera peça do xadrez que já inclui a campanha fora de época, a escalada da violência contra opositores, a disseminação de Fakenews e o uso do dinheiro público para comprar o voto dos mais necessitados (os quais, diga-se de passagem, empobreceram mais ainda graças ao modelo econômico do governo Bolsonaro), o general-ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira tenta intimidar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, pasme, a serviço daquele que vem sendo o pior presidente da história do Brasil, parece querer transformar as Forças Armadas brasileiras em mero órgão do sistema eleitoral.
Foi com este espírito que, nos últimos dias, ao tempo que o general-vice-presidente Hamilton Mourão defecou que ‘Lula não tem o respeito das Forças Armadas’, o general-ministro da defesa Paulo Sérgio informou o desejo de fazer uma apuração paralela das eleições presidenciais e pediu que o TSE remetesse às FFAA todo o material relativo às eleições anteriores.
Uma vergonha que esquipara o Duque de Caxias a François Duvalier e o Exército Brasileiro a uma versão civilizada do Tonton Macoute.
Como brasileiro que serviu ao Exército com orgulho e sempre respeitou as Forças Armadas, torço pela existência de algum líder militar que faça valer o bom senso e lembre aos gorilas fardados que, conforme reza a sabedoria militar, LUGAR DE MILICO É NA CASERNA.
Excelentes comentários! Parabéns e obrigada por nós manter informados com tanta qualidade e lisura.