Se depender da vontade do presidente Jair Bolsonaro, o Brasil vai terminar o ano de 2022 imerso nas sombras de mais um golpe de Estado. Tudo leva a esta conclusão. Se, de um lado, está claro a obstinação como Bolsonaro busca continuar no cargo, de outro [lado], também está claro a consolidação do favoritismo de Lula (em todos os cenários), a crescente insatisfação das classes médias, a aparente resignação das elites econômicas e da grande mídia ao novo panorama e as preferências das principais potências mundiais. Mas, Bolsonaro insiste e, já deu provas disso, gosta de chafurdar e jogar rasteiro. Nos últimos dias, somou novos indícios às suspeitas: não condenou as novas manifestações golpistas contra o STF feitas pelos seus seguidores no dia 1º de maio, rechaçou a presença de observadores europeus no pleito de outubro (levando o TSE a retirar o convite já feito a UE) e, ontem, ao saber da audiência do presidente do STF Luz Fux com o general ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira marcada para às 17h, [Jair Bolsonaro] atropelou a própria agenda e, correu ao Setor Militar Urbano e, depois, ao Ministério da Defesa. Não se sabe o teor das conversas mantidas por Bolsonaro com os generais Marco Antônio Freire Gomes e Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Sabe-se apenas que, na nota distribuída após o encontro no STF, ao contrário do texto assinado por Luiz Fux, o ministério da Defesa não mencionou a palavra ‘Democracia’. De qualquer forma, a despeito de o movimento das nuvens apontar a possibilidade de raios, trovões e tempestade, o Povo brasileiro, que não aguenta mais sofrer, está firme ao lado da Democracia e não recuará na decisão de reconduzir Lula ao Planalto por mais feios que sejam os gorilas e ameaçadores que sejam os seus rosnados.