Até outro dia, quando nitidamente associava a troca de presidentes da Petrobrás ao aumento do preço dos combustíveis e do gás de cozinha, Jair Bolsonaro parecia querer nos fazer de bobos, desviando a atenção da população brasileira da política de preços adotada pela companhia em 2016.
Agora, no entanto, a partir da troca do almirante Bento Albuquerque pelo economista ultraliberal Adolfo Sachsida no ministério das Minas e Energia, as modificações passaram a obedecer padrão diferente e muito mais perigosos.
Isto ficou claro no discurso de posse de Adolfo Sachsida (cujo texto foi escrito horas antes pelo ministro Paulo Guedes), quando foi anunciada a disposição do governo Bolsonaro privatizar a Petrobras e o pré sal.
Ontem, em novo lance do processo que pretende desmantelar o setor, o governo Bolsonaro anunciou a substituição do recém nomeado José Mauro Coelho pelo economista Caio Paes de Andrade (nome de confiança do ministro Paulo Guedes e que atuava no Ministério da Economia).
Não há mais dúvidas. Ao buscar na equipe ultraliberal do ministério da Economia o novo presidente da Petrobrás, Bolsonaro passou um recado claro: ‘Quem manda no setor é Paulo Guedes’, deixando evidente que vai tentar arrasar a companhia com a entrega dos seus ativos aos parceiros internacionais.
Como o futuro presidente Lula já avisou que não vai admitir a privatização da Petrobrás (e, também, da Eletrobrás), recomendo muita cautela a eventuais interessados, pois podem perder muito dinheiro com os investimentos.
Quem avisa, amigo é.