Neste domingo (09/06/2024), a Europa realizou eleições para o preenchimento das 720 cadeiras do Parlamento Europeu, apontando um significativo avanço eleitoral da Direita e da Extrema-direita (a direita liderada pelo Partido Popular Europeu conquistou 191 cadeiras e a extrema direita conquistou 135 cadeiras) com fortalecimento dos partidos ultraconservadores, neonazistas, xenófobos e assemelhados, principalmente na Alemanha, Holanda, Áustria, Itália e França, em movimento que chega a comprometer o ideário da integração do continente conforme idealizado lá atrás por pensadores iluminados.
O impacto da vitória da extrema-direita foi tão grande que, na França, o presidente Emmanuel Macron anunciou a dissolução da Assembleia Nacional e convocação de eleições legislativas e, na Bélgica, o primeiro-ministro Alexander de Croo anunciou sua renúncia.
No fundo, o resultado destas eleições é um claro indicador de que o nível cultural dos europeus está caindo de forma acentuada e que ‘já não se fazem europeus como antigamente’.
Na realidade, do ponto de vista concreto, a força eleitoral dos partidos trogloditas mede o nível de degradação intelectual da sociedade – quanto mais fortes forem os partidos do espectro reacionário e conservador, mais embrutecida estará a sociedade. A dificuldade do europeu pensar – fenômeno traduzido objetivamente pelo avanço do pensamento conservador e reacionário no continente – pode ser explicado pela música ‘Televisão’ (1985) de Os Titãs (onde, fazendo o ajuste necessário pelo transcurso dos 40 anos desde a composição original, o verso “A televisão me deixou burro, muito burro demais” deve ser lido ‘A Internet’ ou ‘As redes sociais’).
Aliás, a alienação intelectual e cultural parece constituir um elemento básico da degradação política e econômica da Humanidade e, se não for contida/revertida a tempo, funcionará como catalisador do processo de instalação da barbárie prevista para o fim dos tempos.
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