Quando – ao constatar a ineficácia eleitoral dos bilhões torrados na campanha imoral e ilegal que Jair Bolsonaro praticara nos últimos tempos – se viu perdida, a extrema-direita brasileira concebeu um plano, cujos passos interdependentes ganhariam intensidade até, se fosse o caso (e foi), chegar à ruptura completa.
De início, o plano constava da divulgação de números malucos que, contrariando as pesquisas de intenção de votos, davam como certa a vitória de Jair Bolsonaro ainda no primeiro turno.
Foi quando surgiram os 70% das ‘pesquisas’ de uns tais Instituto Paraná e Brasmarket, que animaram as bolhas de desinformação e prepararam as ‘denúncias de fraude’ contra qualquer resultado adverso.
Depois (não cabe falar neste momento das fases anteriores), com a abertura das urnas, veio a vitória de Lula e a campanha ‘as urnas foram manipuladas’ e a agitação de rua, com bloqueio das estradas, acampamentos diante dos quartéis e tudo o mais, num crescendo cujo clímax foi o Oito de Janeiro.
Na Venezuela, em processo que conta com um sólido suporte internacional – não só da extrema-direita mundial, mas, também, das lobas gananciosas lideradas pelos Estados Unidos (nunca é demais lembrar que as maiores reservas mundiais de petróleo estão no vale do Orenoco, na Venezuela) – está sendo parecido (ao que ocorreu no Brasil).
De fato, sob a inspiração de colaboracionistas como Juan Guaidó e Maria Corina Machado e suporte do departamento de Estado norte-americano, os opositores da revolução bolivariana proposta por Hugo Chavez e continuada por Nicolas Maduro espalharam uma ‘pesquisa’ nos mesmos moldes do Instituto Paraná e Brasmarket, que asseguravam a vitória de Edmundo González Urrutia por quase 70%.
Este número maluco foi repercutido mundo afora e todos passaram a repetir (e comemorar) a derrota de Maduro.
Quando as urnas foram abertas e a verdade eleitoral aflorou desmoralizando as pesquisas fajutas, assim como aconteceu nas hostes bolsonaristas com a vitória de Lula, a direita deu novo passo no plano golpista – ao tempo que a mídia internacional, organismos facciosos (como a OEA) e os Estados Unidos e seus satélites questionavam os resultados eleitorais, acusando-os de fraudulentos, a direita venezuelana estrebuchava e dava início a agitação de rua.
Tudo conforme o script já usado no Brasil.
Resta saber quando os golpistas venezuelanos tentarão o seu Oito de Janeiro.
Como já conhece o Joropo em diversos ritmos, Nicolas Maduro saberá conter os golpistas (como já fez de outras oportunidades) e dar sequência à revolução bolivariana.
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